Igam intensifica monitoramento da qualidade da água na Bacia do Rio Paraopeba
Minas Gerais

Igam intensifica monitoramento da qualidade da água na Bacia do Rio Paraopeba

Igam intensifica monitoramento da qualidade da água na Bacia do Rio Paraopeba

O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) intensificou o seu monitoramento da qualidade da água bruta do Rio Paraopeba e determinou à empresa Vale que também reforce suas análises. A orientação à empresa é para ampliação imediata, com a avaliação sendo feita de forma diária em três novos pontos do Paraopeba próximo à confluência com o Rio São Francisco, no reservatório de Três Marias, na Região Central do Estado.

Os três novos pontos a serem monitorados pela mineradora diariamente estão localizados no Rio Paraopeba, no braço do reservatório, a montante da confluência do Ribeirão do Peixe; no Rio Paraopeba, no braço do reservatório, a jusante da confluência do Ribeirão do Peixe; e dentro do reservatório de Três Marias, a jusante do encontro dos rios Paraopeba e São Francisco.

Desde o início de novembro, com a chegada do período chuvoso, o Igam intensificou o acompanhamento sistemático dos resultados do monitoramento da qualidade da água da sua rede própria, incluindo a região do reservatório de Três Marias. O trabalho visa verificar quaisquer anomalias que possam indicar, na água, a presença de partículas do rejeito, provenientes do rompimento da barragem B1, em Brumadinho.

No período chuvoso 2019-2020 (dezembro e janeiro) foram observados períodos prolongados de anomalias positivas de precipitação, o que contribuiu com os acumulados expressivos de chuva na bacia do rio Paraopeba. Os resultados, medidos pelo Igam, mostraram um momentâneo aumento das concentrações de turbidez e manganês no Rio Paraopeba, a jusante da Usina Hidrelétrica (UHE) Retiro Baixo e no braço de entrada do Rio Paraopeba no reservatório de Três Marias. As alterações não apresentam limites que levem à necessidade de suspensão dos usos.

No trecho a jusante da UHE Retiro Baixo, o resultado da turbidez foi de 322 NTU. O limite legal para o parâmetro de turbidez é 100 NTU para cursos d’água de classe 2, como é classificado o Paraopeba. Para o parâmetro manganês, o resultado máximo encontrado nas últimas medições do Igam, a jusante da UHE, foi de 0,54 mg/L .

Dentro do reservatório de Três Marias, os valores foram bem inferiores ao limite legal (100 NTU), sendo o último valor registrado no mês de Janeiro igual a 9,4 NTU no braço do Rio Paraopeba que entra no reservatório. Para o parâmetro manganês, o resultado máximo encontrado nas últimas medições do Igam, na entrada reservatório, foi de 0,03 mg/L. O limite para classe 2 é de 0,1 mg/l. No entanto, os dados do monitoramento diário realizado pela empresa, medidos no dia 07/02, mostraram um resultado de 0,12 mg/L, valor compatível ao que era observado pelo Igam antes do desastre neste trecho (0,71 mg/L).

No trecho entre a Usina de Retiro Baixo até a Represa de Três Marias há 63 usuários de água regularizados pelo Igam: são 13 de captação subterrânea e 40 de captação superficial, sendo que entre estes últimos, 39 são de uso insignificante, ou seja, de pequenos usos.

O Igam reforça que continua mantida a recomendação de suspensão dos usos da água bruta do Rio Paraopeba no trecho que abrange os municípios de Brumadinho até Pompéu (aproximadamente 250 km de distância do rompimento). Não há indicação de suspensão fora deste trecho.

Piscicultura

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), instituição vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), também acompanha a situação do pescado na Bacia do Paraopeba. A atuação principal tem foco na realização de um amplo monitoramento de resíduos de metais pesados na produção de peixes em cativeiro, na barragem de Retiro Baixo e, principalmente, no lago de Três Marias.

Desde fevereiro de 2019, foram coletadas e analisadas laboratorialmente mais de 5 mil amostras de filé e fígado de tilápias produzidas em tanques, além de amostras de água dos locais de criação. O trabalho foi desenvolvido em quatro etapas, com intervalos de 60 a 75 dias entre cada coleta. Neste período, não foram observadas alterações que indicassem qualquer risco ao consumo dos peixes produzidos nestes criatórios.

Contudo, considerando as alterações ambientais em decorrência do período das chuvas, os técnicos do IMA continuarão este monitoramento por tempo indeterminado, ação que visa garantir a qualidade e inocuidade do produto de forma a resguardar a saúde da população.

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