O médico Dr. Lucas Costa Felicíssimo e a nutricionista Nathália Schnaack apontam vantagens e perigos de adotar dietas restritiva a longo prazo na busca pelo corpo harmônico
Quilos a menos, de forma rápida. No geral, esse é um dos objetivos mais cobiçados por quem busca uma dieta. Prova clara disso é que apenas no último mês, a busca por “dieta para emagrecer rápido” teve um aumento no volume de pesquisas em 250% segundo dados do Google Trends. Mas afinal, existe dieta ideal? Para especialistas o que há é uma estratégia eficiente para cada caso.
A nutricionista Nathália Schnaack explica que, para que o processo de emagrecimento aconteça, o indivíduo precisa consumir um valor calórico menor do que aquele que é gasto por dia, de forma que o corpo passe acionar as reservas, queimando dessa forma, gordura. Devido a caraterística de restrição à alguns nutrientes — carboidratos em geral são os primeiros a serem cortados — esse tipo de estratégia para perder peso exige supervisão para que haja mais resultados e menos riscos à saúde.
Dietas da moda, receitas retiradas da internet e dicas de amigos podem ser um potencial para semanas de restrições ineficazes, ou pior, com sequelas. “Caso seja feita de forma indiscriminada, além de trazer frustrações que podem desencadear quadros depressivos, há o perigo de desenvolvimento de uma relação perigosa com a comida, culminando em quadros de compulsão ou aversão, ambos preocupantes”, alerta o Dr. Lucas Costa Felicíssimo, médico da Medicina Integrativa.
Além disso, o regime precisa ser temporário. De forma tática, é preciso ir alternando estratégias para que os resultados não estagnem — o chamado efeito platô. “Dietas precisam ser usadas apenas em um determinado espaço de tempo. A partir do momento em que se chega ao objetivo, é hora de partir para a reeducação alimentar, que vai garantir todos os nutrientes necessários para que o corpo consiga manter o peso conquistado”, elucida a nutricionista Nathália Schnaack.
Para manter o corpo após uma dieta bem sucedida, ambos especialistas apontam que é preciso reaprender a comer variedades de alimentos, que serão os responsáveis por fornecer os macro e micronutrientes para que corpo se mantenha. Nesse processo, o paciente começa a entender o que de fato é fome e o que é apenas vontade de comer. “A grande questão ao fim de um projeto de emagrecimento é o ‘vai conseguir manter?'”, interpela Dr. Lucas Costa.
No universo da nutrição algumas dietas se destacam por serem as mais adotadas ao longo do processo. Apesar de apresentar, de fato, resultados, é preciso estudar qual a mais adequada para o objetivo e estilo de vida adotado.
Jejum intermitente
Tendo delimitado um período de restrição que aceita apenas água, chás e café e outro onde é possível comer uma intensa variedade de alimentos, o jejum intermitente é uma estratégia mais clara para diminuir o número de calorias ingestas. Porém, essa modalidade pode não ser a mais apropriada para rotinas onde a pessoas gasta muitas calorias durante o período da manhã.
“Quem acorda muito cedo ou se exercita pela manhã pode ter um processo de adaptação mais difícil. Porém, o que de fato provoca o emagrecimento no jejum intermitente é a restrição calórica que está associada a ele. Caso a pessoa delimite a quantidade de calorias ao longo do dia, diminuindo o volume de refeições de forma quem os nutrientes estejam em proporções adequadas, é possível atingir os mesmos resultados do jejum”, aponta Dr. Lucas Costa Felicíssimo.
Dieta cetogênica
Caracterizada por um corte radical de carboidratos, a dieta é baseada no consumo de gorduras, em geral carnes, no qual o corpo começa a retirar nutrientes apenas desse substrato. Desta forma, o organismo entra em um processo de produção de corpos cetônicos, moléculas que agem nos hormônios envolvidos no apetite, daí sua denominação.
“É uma estratégia bastante eficiente. Porém, o grande problema são as escapadas, pois como a dieta é baseada em grande parte por gorduras, a pessoa que pensa em comer, por exemplo, apenas uma sobremesa, que contém um valor energético alto, acaba comprometendo o processo dos corpos cetônicos, não obtendo resultados”, elucida a nutricionista Nathália Schnaack.
O volume de carboidratos permitidos nessa dieta é de apenas 50gr por dia, sendo assim, essa precisa ser uma estratégia de curto prazo. Nas primeiras semanas, durante o período de adaptação, a ausência de carboidrato pode provocar efeitos colaterais como cansaço, mau-humor e fraqueza.
Low carb
Disparada uma das mais praticadas, a dieta low carb também restringe o consumo de carboidratos, porém de forma menos radical que na cetogênica. Além de delimitar o consumo desse nutriente, a Low carb diz sobre a qualidade desse carboidrato, que deve vir preferencialmente de produtos integrais. “Essa dieta pode ser usada para hipertrofia, porém apenas se a quantidade de nutrientes for calculada de forma correta, visto que para o processo de ganho de massa magra é necessário comer mais para que o corpo tenha substratos para gerar músculos”, explica o Dr. Lucas Costa Felicíssimo
Fotos de: MF Press Global
Por: Raphael Lucca
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