Atração de investimentos privados vai impulsionar a política habitacional em Minas Gerais
O governador Romeu Zema participou virtualmente, nesta segunda-feira (14/6), do encerramento do roadshow sobre Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC), que reuniu investidores, gestores e estruturadores para apresentar as oportunidades de mercado da Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (Cohab Minas). A empresa de economia mista foi criada pelo governo estadual em 1965 para cobrir o déficit habitacional e urbanizar vilas e favelas, construindo moradias populares a baixo custo.
Em abril de 2020, a Cohab e o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) fizeram acordo para a criação de um Fundo de Investimento Imobiliário constituído com parte do patrimônio imobiliário da companhia. O objetivo é permitir que os investidores privados façam a gestão dos fundos e aumentem a capacidade da empresa de construir moradias. São mais de 2.100 imóveis totalizando aproximadamente R$ 350 milhões entre terrenos de pequeno, médio e grande porte, além de imóveis residenciais e comerciais.
A apresentação do FIDC mostrou aos investidores os detalhes da carteira de recebíveis dos contratos de financiamento, ou seja, os créditos que a companhia tem a receber. A ideia é que eles participem do processo de seleção para administrar o fundo da Cohab, que está previsto para ser publicado ainda neste mês por R$ 552 milhões, valor referente a 8 mil contratos.
Dignidade
O governador destacou que o formato criado para atrair investimentos privados vai garantir moradia e dignidade aos mineiros.
“Fico muito feliz de iniciarmos uma nova etapa dentro da Cohab. A Cohab pode e tem de levar muito mais serviços para o mineiro. No estado, existem moradias desumanas, sem banheiro. Isso mostra claramente como a Cohab pode ajudar a reduzir essas grandes desigualdades que ainda temos. Ela tem de ser uma ferramenta utilizada com essa finalidade, acima de qualquer outra. E não como uma ferramenta político-eleitoreira”, afirmou.
Ele também ressaltou a capacidade de geração de emprego e renda a partir da construção de conjuntos habitacionais.
“O Brasil tem um potencial gigantesco – e Minas Gerais está dentro desse contexto – de gerar emprego e renda por meio da construção de unidades habitacionais, que é o mínimo que alguém deveria ter na vida: uma habitação com dignidade. Nesse momento de pandemia, essa necessidade ficou ainda mais gritante. Então, a Cohab tem essa grande missão pela frente”, disse.
Política habitacional
Durante o evento, a secretária de Estado de Desenvolvimento Social, Elizabeth Jucá, afirmou que essa é uma nova forma de fazer política habitacional em Minas Gerais.
“Hoje, a gente não precisa fazer política habitacional com construtoras. A gente pode fornecer àquela pessoa a escolha de dar uma entrada, de comprar ou até mesmo de ir a uma construtora e fazer um aporte para comprar o seu imóvel. É muito mais ágil. Então, nós acreditamos muito nesse projeto inovador para poder entregar o mais importante: habitações. Queremos agilidade para que as pessoas mais carentes tenham uma casa digna”, enfatizou.
O presidente da Cohab Minas, Bruno Oliveira Alencar, destacou a importância do processo de desestatização pelo qual a empresa está passando e enalteceu a participação do governador Romeu Zema no encerramento do roadshow.
“Você (governador) tem sido um grande apoiador desse projeto de desestatização da Cohab desde o primeiro momento, e a sua presença aqui hoje tem um valor simbólico muito grande. Ela traz aquilo de que o mercado mais precisa, que é segurança. Quando se trata de administração pública, é natural que o setor privado tenha certa reticência em relação à participação nesses processos. Mas a sua liderança, tendo vindo da experiência da administração privada, trouxe para Minas um volume inédito de investimentos privados, e eu entendo que isso está relacionado à sensibilidade de conseguir olhar o lado do parceiro privado, dando segurança”, defendeu.
Vantagens
O processo de investimentos no Fundo da Cohab é vantajoso ao investidor, uma vez que um administrador e prestadores de serviços têm controle sobre a cobrança dos títulos, sendo remunerados por taxas de administração e conforme o próprio desempenho. Já para o Governo do Estado, os rendimentos deste Fundo serão integralmente investidos na política habitacional, por meio da emissão de vouchers habitacionais para os cidadãos mineiros.
A carteira gerenciada pela Cohab Minas é composta por 46 mil contratos de financiamento, sendo que 8 mil são de propriedade da companhia e 38 mil são de propriedade do Fundo Estadual de Habitação.
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