Saúde alerta para a importância do esquema vacinal completo para prevenir o avanço da nova cepa; há quatro casos suspeitos em MG
O Governo de Minas vai lançar, nos próximos dias, campanha para que a população complete e reforce o esquema vacinal contra a covid-19. A estratégia, divulgada em coletiva de imprensa realizada na Cidade Administrativa, nesta segunda-feira (13/12) tem o objetivo de prevenir casos da variante ômicron (B.1.1.529) em Minas Gerais.
Secretário de Estado de Saúde, o médico Fábio Baccheretti afirmou que a cepa já teve 12 casos confirmados no Brasil, nenhum em Minas Gerais. De acordo com estudos preliminares, a ômicron possui maior infectividade, e a eficácia da vacina é maior em quem estiver imunizado com a dose de reforço – atualmente administrada em Minas Gerais a quem completou o esquema vacinal com duas doses há pelo menos cinco meses.
Baccheretti informou que há quatro casos suspeitos da variante no estado. São dois homens e duas mulheres que chegaram recentemente da África, sendo que dois vieram da África do Sul, uma de Gana e outra de Moçambique. Os quatro testaram positivo para covid-19 e, seguindo os protocolos sanitários, foram coletadas amostras para sequenciamento genético e identificação da cepa. Os materiais coletados estão sendo processados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) e a previsão é a de que seja possível identificar a variante em até sete dias. Os casos já foram comunicados ao Ministério da Saúde (MS) e os pacientes estão em isolamento domiciliar.
“Diante da nova variante ômicron, que ainda não está em nosso estado, mas vai chegar em algum momento, estudos prévios parciais demonstram que a dose de reforço dá uma capacidade imunológica muito maior às pessoas”, afirma o secretário, destacando que a imunização completa reduz também a chance de internação hospitalar.
Apelo
Baccheretti conclamou a população que ainda não tomou as duas doses da vacina a procurar unidade básica de saúde e se imunizar. “Temos vacinas disponíveis em Minas Gerais, distribuídas para todos os municípios, e nós temos mais doses, caso algum município precise. Agora precisamos fazer essa grande campanha antes que a ômicron chegue em nosso estado com força, o que deve acontecer no país como um todo”, alertou.
O secretário pontuou o avanço da cobertura vacinal em Minas, que conta com mais de 33 milhões de doses aplicadas, imunizando 91,25% da população de 12 anos ou mais com ao menos uma dose, e 81,31% desse público alvo com a segunda dose ou dose única. Os índices da segunda dose registraram uma aceleração significativa graças à estratégia de redução do intervalo para 21 dias. A partir da avaliação dos impactos da ômicron, Minas Gerais também estuda reduzir o intervalo para a dose de reforço de cinco para quatro meses.
Outra importante estratégia que poderá ser adotada nas próximas semanas é a imunização de crianças de 5 a 11 anos de idade. Baccheretti destacou que a decisão depende da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que deve emitir um parecer no sábado (18/12) com a autorização da aplicação da vacina contra a covid-19 para esta faixa etária.
Situação
O secretário de Saúde destacou que, atualmente, a pandemia em Minas Gerais está controlada, com baixos índices de circulação do vírus, que fizeram o estado completar três meses com todas as macrorregiões na Onda Verde, do plano Minas Consciente. Há também queda consistente nos números de casos e óbitos por covid-19. Na última semana, o estado registrou o menor número de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) desde abril do ano passado.
Além disso, na avaliação por cidades, 633 dos 853 municípios mineiros não registraram óbitos por covid-19 no último mês, e 702 não tiveram mortes pela doença nos últimos 15 dias. São 572 os municípios com até 50 casos por 100.00 habitantes e 479 cidades tiveram até 30 casos por 100 mil habitantes.
“Hoje, a pandemia está controlada no estado. Nós temos uma transmissão baixa, em níveis pré-abril do ano passado. Nós temos um controle com a variante delta, a mesma variante que está causando a quarta onda na Europa, mas da mesma forma a Europa estava com a pandemia controlada em setembro”, analisa Fábio Baccheretti. Ele aponta a necessidade de aprender com o exemplo daquele continente para evitar que a situação saia do controle.
“Na Europa, poucos países fizeram o reforço da sua população geral. Nós já iniciamos esse reforço, e já temos doses suficientes para reforçar todos que já têm cinco meses da segunda dose. Quem não tomou seu reforço, que o tome de forma imediata, para que quando chegar o período sazonal, de fevereiro para março, a gente não tenha essa capacidade de replicação do vírus como temos lá hoje”, adverte.
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