A produção industrial caiu em 10 dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional) na passagem de maio para junho, quando o índice nacional recuou 0,4% após 4 meses de taxas positivas.
As maiores quedas ocorreram no Mato Grosso (-2,8%), Rio de Janeiro (-2,4%) e Espírito Santo (-2,3%). Amazonas (-1,6%), Ceará (-1,4%), Região Nordeste (-0,6%) e Rio Grande do Sul (-0,5%) também registraram recuos mais intensos do que a média nacional (-0,4%).
Pará (9,8%) apontou a expansão mais elevada nesse mês e eliminou parte do recuo de 13,3% verificado em maio. Bahia (2,4%), Pernambuco (1,0%), São Paulo (0,8%) e Santa Catarina (0,2%) assinalaram as demais taxas positivas. Os dados foram divulgados, hoje (9), pelo IBGE.
A principal influência negativa veio do Rio de Janeiro (-2,4%), com a segunda taxa negativa consecutiva, período em que acumulou perda de 6,5%. “O comportamento no Rio de Janeiro reflete o baixo desempenho do setor de derivados do petróleo, muito atuante na indústria fluminense, e, também, da indústria farmacêutica. Em ambos os setores, consiste uma estratégia de produção e equalização de oferta e demanda”, explica o analista da pesquisa, Bernardo Almeida,.
A segunda maior influência sobre o resultado nacional veio da indústria do Amazonas (-1,6%), após quatro meses de resultados positivos, quando acumulou um ganho de 20,3%. “Essa queda se dá pelo desempenho do setor de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos e no setor de outros equipamentos de transporte, no caso, a produção de motocicletas”, destaca o analista.
Pelo lado das altas, o Pará (9,8%) teve o principal resultado em termos absolutos e a principal influência positiva sobre a indústria nacional, puxado pelo desempenho do setor extrativo. “A indústria do Pará é pouco diversificada e se concentra no setor extrativo. Esse resultado vem após um recuo de 13,3% em maio, também ocasionado pelo setor extrativo. O movimento de junho não elimina a perda de maio, mas compensa um pouco”, analisa Almeida. Ele complementa que essa é a alta mais intensa para a indústria paraense desde fevereiro de 2022, quando atingiu 13,7%.
A segunda influência positiva veio de São Paulo (0,8%). Este é o segundo mês seguido de alta, acumulando ganho de 1,6%. “O crescimento reflete o desempenho do setor de alimentos, um dos mais influentes na indústria paulista. Com esse resultado, São Paulo encontra-se 0,4% abaixo do patamar pré-pandemia (fev/2020) e 22,2% abaixo do seu patamar mais elevado, que foi em março de 2011”, complementa Almeida.
Na comparação com junho de 2021, indústria nacional mostrou recuo de 0,5% em junho de 2022, com cinco dos quinze locais pesquisados apontando resultados negativos. No acumulado no ano, a redução verificada na produção nacional (-2,2%) alcançou oito dos quinze locais pesquisados. E no acumulado em 12 meses (-2,8%), 11 dos 15 locais pesquisados registraram taxas negativas em junho e nove apontaram menor dinamismo.
Mais sobre a pesquisa
A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativa e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 14 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 1% no total do valor da transformação industrial nacional e, também para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.
Os resultados da pesquisa também podem ser consultados no banco de dados Sidra.
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