Etapa antecede a fase de incubação, na qual pesquisadores e startups podem ter projetos voltados para a cadeia produtiva do leite custeados em até R$ 25 mil
Estão abertas as inscrições para o Ciclo 2 de pré-aceleração do Sistema InovaLácteos (SIL). Nesta etapa, os empreendedores, pesquisadores e startups selecionados serão treinados para desenvolver soluções tecnológicas para a cadeia produtiva do leite, tornando-a mais competitiva, sustentável e inovadora. Na fase seguinte, de incubação, até oito empresas poderão ter seus projetos custeados com recursos de R$ 25 mil.
Com o objetivo de apoiar todo o complexo leiteiro no estado, o Sistema InovaLácteos é liderado pela Agência de Inovação Polo do Leite e conta com o suporte do Governo de Minas, por meio das secretarias de Agricultura e de Desenvolvimento Econômico, além de recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
O SIL é formado por quatro Núcleos de Inovação (NIs), localizados em Juiz de Fora, Lavras, Uberaba e Viçosa, onde universidades federais e parques tecnológicos oferecerão apoio técnico aos pesquisadores e empreendedores. Os interessados têm até junho deste ano para se inscrever, via formulário disponível neste link. Não há necessidade de a startup estar constituída juridicamente.
Minas Gerais é a principal bacia leiteira do país, conforme os dados mais recentes do IBGE. Com participação de 27,2% no total nacional, o estado registrou, em 2021, a produção de 9,6 bilhões de litros de leite.
Edital
Para a elaboração do edital de seleção para o Ciclo 2, foi realizado um workshop no Departamento de Economia Rural (DER), da Universidade Federal de Viçosa, com a participação de pesquisadores, professores universitários e outros parceiros do Sistema InovaLácteos. O DER é responsável pela produção de um diagnóstico da cadeia do leite, a partir de um convênio firmado com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
De acordo com o assessor de Assuntos Estratégicos da Seapa, José Eduardo Ferreira, os principais gargalos enfrentados pelo setor, atualmente, estão relacionados à gestão financeira, saúde animal, melhoria da produtividade e à conectividade de internet no meio rural, dentre outros pontos comuns à grande parte dos produtores rurais.
“Foram levantadas demandas em diversas áreas de conhecimento. O pessoal das Ciências Agrárias e do Meio Ambiente, por exemplo, tem desafios a enfrentar na área de planejamento na produção de alimentos mais baratos e no aperfeiçoamento da qualidade dos produtos. A competitividade no segmento lácteo passa por essas e outras questões”, explica José Eduardo.
Ciclo anterior
O primeiro ciclo do InovaLácteos teve início no último mês de setembro e está na fase de incubação. Após dois meses de treinamentos, na etapa de pré-aceleração, sete projetos foram selecionados, com trabalhos voltados para telemedicina com o uso de inteligência artificial, desenvolvimento de um robô para ordenha de baixo custo, planejamento de alimentação com uso de georreferenciamento, entre outros.
Um caso de sucesso é o da startup Recombione Biontech, que desenvolveu um teste rápido para a detecção de contaminantes em bancadas de laticínios. O time fechou uma parceria com uma grande empresa do setor e teve até mesmo a oportunidade de participar de um reality show na TV.
No próximo mês de maio, as empresas tecnológicas incubadas participarão da Feira de Soluções para a Indústria de Lácteos (Forlac), em Lambari, no Sul de Minas. No evento, participarão de rodadas de negócios e poderão expor seus produtos para milhares de visitantes, de vários segmentos da cadeia, sendo uma oportunidade para testarem comercialmente seus projetos.
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