Janeiro Branco: estabelecer metas para o novo ano e o cuidado com a saúde mental
Especialista alerta para que essas metas não sejam rígidas, sob o risco de causar situações de estresse e ansiedade
Todo início de ano é repleto de expectativas e possibilidades. Não é incomum receber um novo ano com metas e objetivos, como trocar de emprego, fazer uma viagem tão sonhada ou iniciar a prática de exercícios físicos. Porém, apesar de importantes, essas metas devem ser feitas com cautela, para evitar impactos na saúde mental, como estresse ou ansiedade. Já que esse primeiro mês do ano inspira muitas pessoas à reflexão e elaboração de planos, ele foi escolhido para receber a campanha Janeiro Branco, que busca uma conscientização sobre a atenção e o cuidado com os aspectos emocionais.
A Supervisora da Psicologia Hospitalar do Mater Dei Santa Clara, em Uberlândia, Virginia Tavares Bonon, defende que o estabelecimento de metas para o ano novo pode auxiliar num processo de reconhecimento dos objetivos de vida, mas precisa de cautela e cuidado. “O sucesso no alcance das metas fortalece a autoestima e os sentimentos de confiança, porém não basta realizar um checklist das metas sem que elas façam sentido e cause prejuízo para a saúde mental. Sonhar, planejar e realizar são necessários para sobrevivência da vida humana, mas tem que estar alinhado com sua com sua subjetividade e saúde”, opina a especialista.
Porém, a psicóloga lembra que metas muito rígidas podem acabar prejudicando a qualidade da saúde mental. “Em atendimentos de consultório e no hospital podemos ver que é comum que essas ‘metas’ se percam ao longo do tempo, causando frustrações, desapontamentos e desânimo. Isso se deve à dificuldade de sustentar algo que não faz sentido com seu eu e/ou com sua vida. Na empolgação do ano novo é comum a criação de ‘metas’ inalcançáveis e às vezes até desumanas”, diz.
Nesse contexto, a campanha do Janeiro Branco tem a missão de sensibilizar a sociedade quanto à importância do cuidado com a saúde mental na prevenção de doenças psiquiátricas, comorbidades que crescem cada vez mais no mundo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 9,3% da população brasileira sofre com algum nível de ansiedade e uma em cada quatro pessoas no país sofrerá com algum transtorno mental, ao longo da vida.
Cuidado com a saúde mental
Uma das metas para o seu novo ano pode incluir um maior cuidado com a saúde mental. Em um mundo que nos deixa cada vez mais estressados e ansiosos, adotar hábitos que auxiliem na saúde emocional se faz imperativo. Esse cuidado, inclusive, envolve a promoção de uma melhor qualidade de vida, do bem-estar e adoção de hábitos saudáveis.
Virgínia sugere fazer uma provocação diferente. “Convido a refletir que em vez de pensar em mais, comece a pensar no que você deseja diminuir ou manter na sua vida. O que faz ou não sentido de estar ou permanecer. Nem sempre as metas serão somas ‘a mais’ a serem alcançadas”, explica a psicóloga.
Segundo Virginia, “a vida não é um protocolo que tem que ser seguido à risca. Caso veja que a meta planejada/almejada vai de contramão à saúde, é necessário recalcular a rota, para assim encontrar um novo destino. Se perceber que precisa de ajuda, busque profissionais da saúde mental (psicólogo e psiquiatra) para auxiliar, conforme a sua necessidade e especificidade”, recomenda a profissional.
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