Professores de Fisioterapia e Nutrição do UniCuritiba ensinam estratégias para evitar o ressecamento das vias aéreas, prevenir crises alérgicas e hidratar corretamente o organismo
Setembro começou com tempo seco, temperatura elevada e céu encoberto pela fumaça das queimadas. Se o clima durante o inverno chegou a ser sufocante, o que esperar da primavera?
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a nova estação começa com temperaturas mais amenas, mas a média dos próximos meses será de calor atípico em todo o país.
As condições climáticas e a poluição atmosférica associadas à baixa umidade do ar e às ondas de calor exigem cuidados extras com a saúde. Conhecida por ser a estação das alergias respiratórias, a primavera deste ano pode causar outros problemas: olhos, nariz e garganta secos (com possibilidade de sangramento), risco de desidratação em função das ondas de calor e agravamento dos casos de rinite, bronquite e asma.
Coordenadora dos cursos de Saúde do UniCuritiba – instituição da Ânima Educação -, a professora Glenda Naila de Souza explica que a atenção deve ser redobrada em todos os aspectos: hidratação, alimentação, pele e respiração. “É importante que as pessoas observem os alertas meteorológicos e os níveis de qualidade do ar para traçar boas estratégias de cuidados com a saúde.”
As principais dicas são:
· Em dias secos, utilize umidificador de ambientes. Caso não tenha, deixe um balde ou bacia com água no local. A água que evapora aumenta um pouco a umidade do ar.
· Mantenha portas e janelas fechadas em dias ou horários com alta densidade de fumaça e poluição atmosférica.
· Se viajar para regiões afetadas pela fumaça dos incêndios, use máscaras ao para evitar a inalação de partículas.
· Reduza a exposição ao sol, evitando atividades ao ar livre em horários de radiação solar elevada.
· Use protetor solar e hidratante corporal diariamente para cuidar da pele. Fora de casa, utilize boné, chapéu e óculos escuros.
· Fique atento aos sintomas de irritação nos olhos e garganta, alergias ou agravamento de problemas cardíacos, respiratórios e imunológicos.
· Se necessário, busque atendimento médico e mantenha os medicamentos prescritos sempre acessíveis para o caso de crises respiratórias agudas.
Hidratação e alimentação
Cuidar da alimentação e manter uma ingestão adequada de líquidos para a idade são recomendações essenciais, destaca o nutricionista Jhonathan Andrade, professor do curso de Nutrição do UniCuritiba.
Ele explica que “a boa hidratação ajuda a manter as vias respiratórias úmidas, protegendo-as dos efeitos do clima seco. A escolha adequada dos alimentos também é fundamental. Durante o calor, prefira alimentos in natura ou minimamente processados, que são mais leves e fáceis de digerir.”
Em casos de doenças pulmonares, a demanda energética do organismo aumenta significativamente, o que justifica a avaliação da “composição e massa corporal” do paciente.
Consumir vitaminas essenciais, como A (presente em cenouras, espinafre e abóbora), D (encontrada em peixes gordurosos como salmão e na exposição solar), E (abundante em nozes, sementes e azeite de oliva) e K (encontrada em vegetais de folhas verdes como couve e brócolis) é crucial para a saúde pulmonar.
Além disso, explica o nutricionista, o selênio, que pode ser obtido através de alimentos como castanha-do-pará e ovos, desempenha papel importante no fortalecimento do sistema imunológico.
“O consumo de óleo de peixe, rico em ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 (AGPI), e zinco, presente em carnes, leguminosas e grãos integrais pode melhorar a função pulmonar, atuando como um tratamento coadjuvante em pacientes com doenças pulmonares”, ensina o especialista.
Fisioterapia respiratória
Professor do curso de Fisioterapia do UniCuritiba, Cristoph Enns diz que um recurso excelente para aumentar a capacidade ventilatória dos pulmões é a fisioterapia respiratória.
O tratamento – que ganhou fama durante a pandemia de Covid-19, quando a procura por especialistas na área aumentou mais de 720% – é recomendado também na prevenção de doenças respiratórias causadas pelas alterações climáticas.
“As técnicas aplicadas favorecem a liberação das vias respiratórias, melhoram a respiração, fortalecem a musculatura pulmonar, ajudam na desobstrução das vias aéreas, reduzem a dificuldade ou desconforto para respirar e mantêm um bom nível de oxigenação do corpo”, explica o fisioterapeuta.
Em quadros de rinite alérgica, bronquite e asma, a fisioterapia respiratória libera o ar que está preso e renova a respiração. “Esse é um ótimo tratamento na recuperação pós-hospitalar de transtornos respiratórios ou eventos cardíacos, como um infarto, na prevenção de disfunções respiratórias e quando há necessidade de restabelecer a função nasal e a funcionalidade das vias áreas”, finaliza.
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