Diretoria, funcionários e prestadores de serviços decidem se afastar da Associação
Diretoria, funcionários e prestadores de serviços da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado – APAC de Araxá se afastaram da instituição por desentendimentos administrativos com a Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados – Fbac, entidade que congrega todas as Apac´s do país.
A decisão foi divulgada nesta terça-feira, dia (27). Edna Castro que está a frente da instituição há vários anos, divulgou também que também renuncia ao cargo de presidente da APAC.
A ex-presidente explicou que a Fbac é parceira das Apac´s e vai acompanhar o trabalho da Associação de Araxá. Como é um órgão fiscalizador, representantes da Apac decidiram se afastar para que a Fbac assuma a Associação. “Toda a diretoria formada por 25 pessoas, 13 funcionários, 1 estagiária e 5 prestadores de serviços entre advogados, assistente social e psicóloga deixam de atuar na Associação a partir desta data”, completou.
Edna reforça que depois de 37 anos trabalhando pela recuperação de pessoas que cometeram crimes não quer ser empecilho para o crescimento da Associação. “A Apac precisa crescer. Foram muitos anos de lutas, batalhas, trabalhando sem estrutura nenhuma, buscando parcerias. Só para construir a sede demoramos cinco anos. Desde 2016 a Apac funciona em prédio próprio construído com a mão de obra dos recuperandos e a ajuda da comunidade. Foi uma grande conquista”, completa.
Ela revela que deixa a APAC, sem dívidas, numa situação tranquila, com várias parcerias formadas e muitas parcerias em andamento, com a Padaria Pão Nosso e com a prefeitura de Araxá. Estão com 77 recuperandos e eles vão iniciar em 15 de março um curso de mecânica de automóveis em parceria com a Fiat, SESI SENAI e programa Minas Pela Paz. Ressalta que os recuperando já fizeram vários cursos na área da construção civil como o de pedreiro, pintor e drywall. Também está deixando o terceiro pavilhão pronto, espaço que vai oferecer mais 50 vagas na Apac de Araxá.
Padaria da Apac-Araxá
Curso profissionalizante: de Dry Wall. Parceria: MINAS PELA PAZ”, SESI SENAI, FIEMG, TJMG.
Curso profissionalizante: Construção Civil. Parceria: MINAS PELA PAZ”, SESI SENAI, FIEMG, TJMG.
Nenhuma investigação em andamento
O juiz criminal da comarca de Araxá, Renato Zouain Zupo informou que o que o poder judiciário tem hoje de oficial é um pedido de afastamento feito pela diretoria da Apac. “Nada nos chegou de oficial a nível de inquérito policial, requisição ministerial ou requisição policial. Temos apenas o afastamento por conta de uma discordância interna entre Fbac e Apac. Pode ser que amanhã exista uma investigação criminal, mas esta investigação não há hoje” ressalta.
O juiz afirmou ainda que o poder judiciário vai aguardar que a sociedade araxense supervisionada pela Fbac se pronuncie escolha novos membros para prosseguir na luta do método Apac que o método de humanização das penas que mais tem dado resultado e menos tem dado problema em todo o território brasileiro.
O juiz acompanhado de representantes da Fbac esteve na sede da Apac conversando com os recuperandos e nenhuma representante da Fraternidade quis se manifestar sobre o assunto.
Trabalhos na sede própria completam dois anos
A Apac de Araxá começou a funcionar oficialmente em janeiro de 2016 com 15 recuperandos e uma estrutura com condições de abrigar 120 pessoas.
As Apac’s são organizações da sociedade civil sem fins lucrativos de base municipal que auxiliam a Justiça na execução das penas de privação de liberdade. São filiadas à Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (Fbac), instituição responsável por orientar, fiscalizar e zelar pela unidade e uniformidade na aplicação do Método Apac de recuperação.
O Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) firma convênios com as Apac’s para repassar recursos para a construção e manutenção dos Centros de Reintegração Social (CRS’s), bem como para apoiar o funcionamento da Fbac.
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