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Texto inédito celebra aniversário de Guimarães Rosa no Fliaraxá
Cultura

Texto inédito celebra aniversário de Guimarães Rosa no Fliaraxá

Texto inédito celebra aniversário de Guimarães Rosa no Fliaraxá

Em 27 de junho, há 110 anos, nascia João Guimarães Rosa; na mesma data, há 80 anos, Graciliano Ramos publicava o icônico “Vidas Secas”. Juntos, eles são os Patronos da sétima edição do Fliaraxá e foram tema da primeira mesa que ocupou a Sala Minas Gerais. Heloisa Starling, Wander Melo Miranda e Ricardo Ramos Filho apresentaram suas reflexões acerca das obras dos autores e, de que forma, eles se encontram em algum momento da história.

Heloísa, a primeira a falar, ressaltou a necessidade de se realizar um percurso pelo Sertão para compreender Guimarães e Graciliano. “Ambos buscam prosperidade, um na cidade grande, o outro, retomando a vida seca. De alguma forma, um completa a história do outro. Juntos, eles passam por um grande momento de modernização”, afirma.

“Liberdade completa, ninguém desfruta”, afirmou Wander Melo. Para ele, o sertão de Graciliano torna-se uma agonia, sair dele não é fácil. Ao mesmo tempo, com Guimarães, ele pode se tornar um lugar de esperança. “Um lugar de dor e esperança, um extremo limite, que durante muito tempo, continuará a ser nossa face mais luminosa, e sombria”, completa.

De acordo com Ricardo Ramos, Vidas Secas é o romance mais tocante de Graciliano. Segundo ele, é a obra em que o autor mais fala de si. “Na miséria, precisando ganhar dinheiro e com muita mágoa de Alagoas, cidade onde foi preso. Mesmo que tenha sido publicado em 1988, a obra aponta problemas muito atuais”, destaca.

Mais Guimarães

Na sequencia da mesa dos Patronos, o ator Cacá Carvalho fez a leitura do texto inédito, Pormenor de Ausência, escrito pela autora Lívia Baião. Ela narra o final da vida de Guimarães Rosa. O artista foi extremamente aplaudido após a apresentação.  Segundo ele, a obra é um lampejo do próprio Guimarães, contudo, nem tudo é verdade, nem tudo é mentira. Quem decide o que é o que, é o próprio público. “Eu me alimento de Guimarães Rosa”, completa.

 

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