Os sinais de expectativa no corpo são instintivos do ser humano, porém quando os sintomas são frequentes e trazem impactos à qualidade de vida pode ser o momento de procurar ajuda
“O coração dispara, tropeça, quase para”. Esse são versos da música Amei te Ver, do cantor Tiago Iorc, mas também poderia ser a trilha sonora do transtorno da ansiedade, doença que acomete 260 milhões de pessoas no mundo.
Coração disparado, sudorese, falta de ar, tremores, insônia, tensão muscular, pensamentos negativos automáticos e preocupação excessiva com o futuro são alguns dos sintomas dessa epidemia que atinge 18,6 milhões de brasileiros. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Tanto se fala nisso, que é bastante comum as pessoas confundirem ansiedade com o transtorno em si. Segundo a psicóloga, coach e fundadora da Viva Desenvolvimento Humano, Marcia Ramires, sentir-se ansioso por conta de algum evento importante, uma viagem ou uma promoção, por exemplo, é algo instintivo.
“A ansiedade é algo normal do ser humano, que pode trazer motivação e impulsionar para o crescimento. Porém, passa a ser prejudicial quando sai dessa normalidade e o nível de ansiedade aumenta. A percepção começa a ficar alterada devido a sentimentos de medo e apreensão exagerados”, explica.
A psicóloga alerta que os sinais da ansiedade podem aparecer em diversas situações, porém o transtorno em si pode ser caracterizado quando a pessoa apresenta um conjunto de sintomas que prejudicam sua vida. Em nível elevado, pode inclusive desencadear crises.
“O primeiro passo é avaliar a frequência com que esses sintomas aparecem e como estão impactando a vida do indivíduo. E, para isso, um profissional regulamentado e especialista é importante. Afinal, sentir tensão muscular ou o coração disparado todos os dias não é normal, por exemplo”, explica.
Inclusive, outras doenças, como: síndrome do pânico, transtorno obsessivo compulsivo e depressão são enquadradas dentro dos transtornos de ansiedade. As crises são uma reação emocional extrema de alarde e podem ser causadas por situações estressantes, medo excessivo e acontecimentos traumáticos, por exemplo.
A ansiedade pode atrapalhar, e muito, a vida das pessoas porque mexe com a autoestima e o medo do futuro pode ser paralisante. “Dependendo do grau, a ansiedade pode impedir a pessoa até de sair de casa, trabalhar e ter uma vida social. A depressão é um transtorno de ansiedade e ainda é vista como frescura por muitos. Quando, na verdade, envolve questões psíquicas, emocionais e químicas”, comenta.
Em busca dos gatilhos
De acordo com a especialista, ao notar que a ansiedade está presente de maneira excessiva a orientação é buscar a ajuda de um psicólogo. “Não espere desencadear uma crise. O profissional vai ajudar a identificar a raiz que dispara os gatilhos da ansiedade, proporcionar o autoconhecimento e promover sua saúde emocional”, explica.
Como um dos sintomas mais frequentes é a falta de ar, trabalhar a respiração também é uma boa dica. Além disso, é bem característico da ansiedade o excesso de preocupação com o futuro, sem viver o presente. “Procure atividades que permitam viver o momento, com prazer e relaxamento, pois assim você desliga o piloto automático. O autocuidado é fundamental”, salienta.
Praticar atividade física, ter uma alimentação balanceada e ficar atento aos pensamentos negativos também são recomendações da psicóloga. “Estimule dizer a você mesmo palavras de incentivo, de autovalorização, como: eu sou capaz, eu sou importante e posso fazer a diferença e assim por diante”, explica.
Otimismo e positividade são maneiras de viver o presente da forma como ele é, sem se preocupar com o passado ou o futuro. “Mais que o pensamento positivo é a consciência do poder das nossas ações, de ser protagonista da própria vida, por isso o acompanhamento de um especialista é fundamental nesse processo”, completa Marcia.
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