Já no dia 22 de junho, Secchin participa com Alice Ruiz e Afonso Borges da mesa “As vozes do poema”. “Suponho que a voz do poeta é apenas aquela que ecoa com mais nitidez, porém ela é feita das muitas outras que ele ouviu. Escrever é dizer feito de escutas”, diz.
Confira a entrevista de Antônio Carlos Secchin
Você tem uma ligação muito forte com a obra de João Cabral de Melo Neto, já desenvolveu diversos trabalhos sobre ele, diversas releituras etc. A criação dele influencia na sua?
João Cabral é dos que menos me influenciaram, apesar de estudá-lo há quarenta anos. E exatamente por isso: examinando em detalhes sua poesia, descobri o que não devo ou preciso fazer, por já ter sido feito de maneira magistral por ele.
Como é ser, ao mesmo tempo, crítico e escritor?
Eu me entendo bem com esses dois, procuro administrar com equilíbrio a parte de cada um, para que não acabem brigando.
Além disso, você ainda é professor. Dá pra separar as coisas ou tudo anda junto?
Tudo junto no amor à poesia, e separado no modo de expressar esse amor.
Como é hoje a relação das pessoas com a poesia. Você como professor universitário vê alguma mudança?
Pelo menos desde fins do século XIX, poesia e público não fazem outra coisa senão discutir a relação. Quando a gente pensa que o divórcio é inevitável, surgem sempre novos autores para tentar reconstruir a ponte.
Quando falamos “Literatura, Leitura e Imaginação” , tema do oitavo Fliaraxá, o que você pensa?
Que o nono Fliaraxá talvez tenha dificuldade de encontrar um tema, pois a abrangência do tema atual permite múltiplos desdobramentos, em todas as direções.
Você participa de festivais literários, qual a importância destes eventos para a educação e incentivo à leitura?
O desejável, nos festivais, é que o entusiasmo com a presença do autor se transforme em efetivo estímulo para o conhecimento de sua obra.
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