Esse é o maior índice desde a redemocratização do Brasil
Cerca de 9,5% dos 147,3 milhões de eleitores brasileiros optaram por anular o seu voto. O número equivale a mais de 11 milhões de brasileiros e corresponde à população de países como Portugal. 57,7 milhões escolheram Jair Bolsonaro (PSL) como o 38º presidente do Brasil eleito democraticamente; Fernando Haddad (PT) teve outros 47 milhões.
O número de abstenções foi de 31 milhões de brasileiros, ou seja, 21,30% do eleitorado. Somados aos brancos e nulos, 42 milhões não escolheram um dos dois candidatos. Esse é o maior índice desde a redemocratização do Brasil.
Nas eleições de 1989, brancos e nulos somaram 5,8% do eleitorado, equivalentes a 4 milhões de pessoas, enquanto abstenções somaram 14,4% do eleitorado, ou seja, 12 milhões de pessoas. No comparativo com 2014, houve um pequeno aumento na soma entre brancos e nulos. À época, 9,64% optaram por não votarem nem em Aécio Neves (PSDB) nem em Dilma Rousseff (PT). Também naquele pleito, 19,39% dos eleitores deixaram de ir às urnas (27 milhões de pessoas).
Para o professor Maurício Fronzaglia, o número expressa desconfiança e descrédito com relação à política e às mudanças que essa eleição poderia trazer. “Em uma eleição muito polarizada, uma boa parte do eleitorado não se sentiu representado por nenhum dos lados. E não conseguiu escolher entre eles, nem mesmo entre o menos pior.”
Segundo ele, isso pode representar até mesmo uma descrença no próprio processo eleitoral. “Até que ponto a democracia representativa ainda se encaixa no nosso tempo? Ela foi pensada e adequada para a maioria dos países nas últimas décadas, quando o mundo era diferente. Está faltando um update (atualização) nas regras de funcionamento da democracia representativa.”
Fonte: Agência Estado
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