Prejuízos de consumidores lesados variam de R$ 50 a R$ 14.000
À medida que o acesso à internet, às redes sociais e às tecnologias se popularizou, uma crescente onda de tentativas de golpes e fraudes se alastrou pelo país. Uma pesquisa realizada pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG) constatou que, em Minas, a situação não é diferente: cerca de 18 milhões de mineiros (87,7%) afirmam já ter sofrido alguma tentativa de golpe ou fraude.
Ainda de acordo com o levantamento, dentre aqueles que foram atingidos, 47,9% conseguiram identificar que se tratava de um golpe. Já outros 36,6% dos entrevistados não tiveram a mesma atenção, caíram no golpe e tiveram prejuízo. Em contrapartida, 15,5% decidiram prosseguir com a tentativa para ver até onde chagaria e, ao final, cortou/ignorou.
“Embora a maioria dos mineiros tenha percebido a tempo que se tratava de um golpe, ainda vemos uma boa parcela da população tendo prejuízos que variam de R$ 50 a R$ 14.000, segundo dados auferidos na própria pesquisa”, explica o analista de inteligência de mercado da FCDL-MG, Vinícius Carlos Silva.
Com relação aos golpes mais frequentes recebidos pelos consumidores mineiros estão: instituições bancárias (36,6%); lojas virtuais (32,4%); telefonia (26,8%) e programas de fidelidade (4,2%).
Dentre os canais mais utilizados para aplicação desses golpes, 38% dos consumidores disseram ter sido contatados via telefone. Outros 35,2% pelo WhatsApp, 11,3% por e-mail, 8,5% por sites da internet e 7% pelas redes sociais.
“O ideal é sempre se informar e se proteger. Não clicar em links de SMS e WhatsApp duvidosos, analisar com cautela perfis de redes sociais, realizar investimentos somente em instituições financeiras devidamente comprovadas, tomar cuidado com os boletos de pagamentos, ficar atento às pirâmides financeiras, averiguar ofertas de empregos que prometem irrealidades, enfim, são várias precauções que ajudam a coibir a ação dos golpistas”, alerta Vinícius Silva.
Já no que tange às compras online, 50,7% dos entrevistados informaram que tiveram prejuízos por não receber algum produto/serviço adquirido pela internet. Contudo, 49,3% afirmaram que conseguiram identificar o golpe e não efetuaram a compra.
“Nas vendas online, os criminosos tentam encantar os indivíduos, muitas vezes, mostrando produtos atrativos com preços mais baixos do que os praticados em lojas físicas. Para evitar prejuízos, os consumidores devem pesquisar mais sobre o site ou loja, consultar comentários nas redes sociais ou mesmo buscar informações no Reclame Aqui”, ressalta o analista da FCDL-MG.
Vazamento de dados
A maioria dos mineiros (56,3%) acredita que o vazamento de dados pessoais é o grande aliado dos golpista. Já 31% dos entrevistados acreditam que o acesso aos dados pelos criminosos se deu por meio do preenchimento de cadastros, enquanto 12,7% informaram que os dados foram obtidos por meio de cópia da agenda de amigos que caíram em golpes anteriores.
Em termos de proteção, após a tentativa de golpe, 43,5% dos entrevistados bloqueiam o número do celular ou o e-mail; 28,3% fazem denúncias no aplicativo; 15,2% não tomam nenhuma atitude e 13% fazem boletim de ocorrência.
Com relação à LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados, 83,1% dos mineiros afirmam ter conhecimento da legislação.
Segundo a assessora jurídica da FCDL-MG, Sara Sato, passados quase 6 anos da vigência da LGPD, os titulares estão cada vez mais conscientes de seus direitos e deveres.
“Mas, infelizmente, isso não impede o uso da engenharia social por fraudadores que usam técnicas cada vez mais sofisticadas, ganham a confiança dos titulares e estes, vulneráveis, repassam seus dados pessoais de boa-fé. Portanto, toda atenção é necessária”, reforça a advogada.
Sobre a FCDL-MG
A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais integra o Sistema CNDL, que é uma das maiores redes representativas do setor de comércio e serviços do País e reúne toda a classe empresarial lojista. Com 51 anos de atuação, a FCDL-MG agrega mais de 200 CDLs mineiras e dá a voz a cerca de 60 mil associados, que representam, aproximadamente, 63% do PIB estadual.
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