Como usar o protetor solar? Conheça a regra da colher de chá…
Saúde

Como usar o protetor solar? Conheça a regra da colher de chá…

Como usar o protetor solar? Conheça a regra da colher de chá…

Veja esta e outras dicas na entrevista da dermatologista da Unimed Araxá, Dra. Gisele Basso Esteves Pires

 Dezembro foi o mês escolhido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia para a campanha de conscientização de câncer de pele. O chamado Dezembro Laranja acontece no verão, estação de maior incidência e exposição solar, buscando conscientizar a população sobre esse problema tão sério e frequente.

Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de pele representa 33% de todos os diagnósticos da doença no Brasil. Já de acordo com a estimativa 2023 sobre a Incidência de Câncer no Brasil, do INCA, são esperados aproximadamente 220,49 mil novos casos de câncer de pele por ano no triênio 2023-2025.

Mas todos os cânceres de pele são iguais? Não. É o que explica a dermatologista da Unimed Araxá, Dra. Gisele Basso Esteves Pires.

Qual a diferença entre os cânceres de pele?

Eles diferem tanto no aspecto quanto em sua gravidade e entender suas diferenças é também muito importante.

O termo câncer de pele engloba três tipos principais, o carcinoma basocelular, o carcinoma escamoso e o melanoma. O carcinoma basocelular é o mais comum, representando cerca de 70% dos casos. Costuma aparecer em áreas expostas ao sol, como o rosto e o pescoço, e embora cresça lentamente e raramente se espalhe para outras partes do corpo, se não for tratado adequadamente, pode invadir toda a região em que se originou.

O carcinoma escamoso, responsável por cerca de 20% dos casos, é mais agressivo e pode se espalhar se não for tratado. Geralmente surge em áreas expostas ao sol e pode se manifestar como lesões ásperas ou feridas que não cicatrizam. Os tratamentos preventivos muitas vezes buscam tratar as ceratoses actínicas, que são lesões ásperas com grande potencial de evoluir para carcinoma escamoso.

Já o melanoma, embora seja o menos comum, com cerca de 4% dos casos de câncer em geral, é o mais perigoso, responsável pela maioria das mortes relacionadas ao câncer de pele. É ele que pode surgir a partir de pintas já existentes ou como novas manchas de aparência irregular, e o diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura.

Dra. Gisele Basso Esteves Pires – dermatologista da Unimed Araxá

Os problemas decorrentes da exposição indevida à radiação solar, como o câncer de pele, podem afetar qualquer um. Ninguém está imune, ou seja, todos devem se cuidar. Essa regra vale para pessoas de todas as idades, sexos, etnias, graus de instrução e faixas de renda. Mas algumas pessoas precisam redobrar a atenção:

  • Quem tem familiares que já tiveram a doença;
  • Quem já teve queimaduras solares graves ao longo da vida; (ou seja, ter ficado vermelho, descascado ou formado bolhas após exposição solar);
  • Quem tem muitas sardas ou pintas pelo corpo;
  • Quem tem a pele que sempre queima e nunca bronzeia;
  • Quem já teve câncer de pele anteriormente e, em especial, estar na faixa etária acima dos 65 anos.
  • Quem, além da exposição excessiva ao sol sem a devida proteção, apresentar grande diferença em relação à pele exposta ao sol e aquela que fica protegida.

Como prevenir?

Conhecer sua pele é muito importante. Faça o autoexame mensalmente. Observe suas marcas, pintas, características. Em caso de dúvida, consulte um dermatologista

Alguns cuidados são essenciais para todos: aplicar diariamente protetor solar com fator de proteção solar (FPS) 30 ou maior, usar roupas adequadas como camisetas e chapéus para proteger a pele, além de óculos de sol com proteção UV. Outra medida fundamental é evitar a exposição ao sol entre 9h e 15h, quando os raios ultravioletas são mais intensos.

Lembre-se sempre de que o cuidado não muda de acordo com a previsão do tempo. Faça sol ou chuva, em dias de céu limpo ou encoberto por nuvens, você deve usar protetor ou filtro solar.

Algumas dicas importantes quanto ao uso do protetor:

  • Logo cedo, o filtro solar deve ser o primeiro produto aplicado sobre a pele, antes de qualquer maquiagem, hidratante ou repelente.
  • O ideal é esperar que ele seque, antes de passar outro creme.
  • Ao sair, lembre-se: é necessário esperar, pelo menos, 15 minutos entre a aplicação e o início da exposição ao sol.
  • A cada duas horas ou quando tiver contato com a água, reaplique o protetor, mesmo em caso de produtos considerados resistentes a líquidos.
  • Os produtos com cor protegem mais do que os tradicionais.
  • O Fator de Proteção ao Sol (FPS) número 30 significa que o produto já funciona bem. No entanto, pessoas de pele clara devem usar filtro com FPS 50 ou 70.
  • Pessoas com tendência à acne devem optar por protetor em gel, creme ou produtos livres de óleo.
  • Praticantes de atividade física e pessoas que suam muito devem evitar protetores em gel, pois saem mais facilmente.

A proteção da pele depende do uso da quantidade correta de filtro solar?

Sim. Uma dica é usar a regra da “colher de chá”.

  • Rosto, cabeça e pescoço: 1 colher de chá;
  • Frente e atrás do dorso: 2 colheres de chá;
  • Braço e antebraço: 1 colher de chá para cada lado;
  • Coxa e perna: 2 colheres de chá para cada lado

A fotoproteção começa cedo. A partir dos seis meses de idade, todas as crianças devem usar filtro solar diariamente. E um alerta: antes dessa idade, os bebês não devem ser expostos diretamente ao sol. Para os bebês entre seis meses e dois anos também é indicado usar filtros físicos, além de chapéus, bonés e roupas com proteção UVA, e evitar sair ao ar livre nas horas mais quentes. Na hora de escolher os filtros para crianças, opte pelos protetores em creme, spray ou bastão. Fique atento às indicações das embalagens e dê preferência aos produtos feitos para o público infantil.

Quem tem déficit de vitamina D deve ter cautela?

Sim, uma baixa na produção da vitamina D pelo organismo não isenta a pessoa de cuidados na hora da exposição ao sol, que nunca pode ocorrer de forma desprotegida e intencional. Ao agir assim, a pessoa se coloca em situação de risco, podendo desenvolver outros problemas em lugar de solucionar uma eventual deficiência de nutrientes. Pessoas com déficit de vitamina D ou com possibilidade de ter esse quadro devem ser monitoradas por meio de exames. Em lugar de exposição ao sol, o tratamento pode ser feito com dieta ou suplementação vitamínica.

Protetor solar causa câncer?

A resposta é não para essa hipótese, que, infelizmente, circula pela internet. O protetor é um produto seguro e recomendado para reduzir os efeitos da radiação solar sobre a pele. As marcas são testadas antes de serem colocadas à venda, ou seja, são seguras e eficientes, mas sozinhas, não são suficientes para a prevenção adequada. Sempre devem ser associadas aos outros cuidados, como evitar horários extremos de radiação UV e utilizar chapéus, camisetas e óculos escuros.

Entre na onda do dezembro laranja. Se o seu autoexame está vencido, aproveite esse mês. Se olhe, observe suas marquinhas. Procure ajuda de um dermatologista se tiver dúvida. Juntos podemos enfrentar o câncer de pele!

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