No ano novo que se inicia, decidimos explorar um mundo novo em viagens pelo céu, pela terra, e pelo mar. Em cada lugar, a busca pelo autoconhecimento e do prazer, seja físico, seja espiritual
O ano de 2018 se inicia com um desejo de desbravar lugares diferentes no mundo. De tantos passeios incríveis, decidi listar 10 como destinos dos sonhos. Em cada um deles, uma proposta inovadora, seja pela terra, pelo mar, seja pelo céu. O mundo é grande, a vida é curta neste vasto mundo a se perder de vista. Na minha infância, sempre sonhei sair pelo mundo e explorar lugares exóticos e conhecer outras culturas e experimentar novos sabores. Sempre sonhei apreciar o pôr do sol em paisagens onde o horizonte é infinito. Na época em que acreditava que o mundo tinha borda, imaginava como seria viver na “beirada” deste planeta azul.
Entre outros destinos, uma volta ao mundo num jatinho privado, com a possibilidade de conhecer culturas e cidades, com especialistas renomados durante o roteiro. E, ao contrário desse luxo todo, o caminho inverso. Vivenciar, por meio do turismo solidário, a realidade triste de uma população miserável, em regiões remotas do globo. Em Moçambique, por exemplo, é possível ajudar na construção de casas e ainda dedicar todo o tempo da viagem a ensinar seus conhecimentos às crianças carentes do país. Uma viagem interior, em que aprendemos com o outro a olhar para dentro de nós mesmos. Então? Bora descobrir o novo, no novo ano que já começou?
Paixão em Azul-Turqueza
Desde criança, via na TV notícias de celebridades do cinema se casando em Bora-Bora. Aquela imagem dos bangalôs quase flutuando sobre as águas cristalinas da ilha do Oceano Pacífico Sul, era de fazer perder o fôlego. Sonho de consumo de casais em lua-de-mel, a Polinésia Francesa é o mais romântico refúgio dos apaixonados. Tempos depois, descobri que o paraíso, na “beirada” do mundo, era também refúgio de artistas em busca de privacidade e descanso. A natureza exuberante do atol é um exagero de belo.
Desejos para 2018: conhecer o mundo
Quem nunca sonhou fugir para esse lugar sagrado? Um lugar onde é possível ver, sem qualquer equipamento de mergulho, o bailar das arraias e tartarugas, a dança dos golfinhos e a ciranda dos peixes nas águas translúcidas sobre o fundo do mar de areia branca. E, para conhecer de verdade a cultura local, quando a noite cai, é possível ver o show com músicas e danças típicas ao redor do fogo, durante o jantar polinésio na praia.
Se você está em busca de mais privacidade, faça o passeio romântico de canoa ao pôr do sol e derrame em lágrimas – de alegria –, ao ver o astro-rei tocar o firmamento, se “derreter” e sumir no horizonte. Tomei conhecimento de que, para chegar nesse paraíso, é preciso enfrentar um purgatório de voos, escalas e conexões aéreas. Mas vale a pena! Saindo do Brasil pela Latam, o turista terá que ir até o Chile. Depois pegar um voo até Papeete, capital do da ilha do Taiti, com uma escala na Ilha de Páscoa. E, por fim, de Pappete até Bora-Bora, em um voo pelo Air Tahiti. Outra opção seria fazer um cruzeiro que navega nas águas quentes e desfrutar a cadeia de ilhas Tikehau, Rangiroa, Taha’a, Tetiaroa e Moorea, que fazem parte do arquipélago das Ilhas de Barlavento.
• Valor da viagem: R$ 19.996 por pessoa, para uma semana no Four Seasons Resort Bora-Bora (somente a hospedagem e a passagem aérea)
Outro destino que não me sai da cabeça é poder navegar pelas belas paisagens geladas do Polo Sul. Em 2016, quando viajei pela primeira vez de navio, estive a bordo do Silver Clould, da armadora SilverSea. Nele, fui apresentado a esse destino, ideal para quem quer experiência única. Cruzar mares de vidro e admirar-se com a vida selvagem pode ser aventura de luxo, graças aos cruzeiros de expedição de alto padrão que atendem a essa que é uma das regiões mais remotas do planeta. Até março é verão na Antártida e o Sol brilha durante as 24 horas do dia, fenômeno conhecido como “sol da meia-noite”, que ocorre devido à inclinação do eixo do globo terrestre.
Porém, não espere encontrar temperaturas mais brandas. Os roteiros agora em janeiro e fevereiro variam de acordo com o tempo de viagem e opções com saídas de Ushuaia, Valparaíso, Punta Arenas, Buenos Aires e Santiago. No Silver Clould Expeditions, a tripulação conta com guias especialistas em ecoturismo, geólogos, biólogos e até educadores físicos preparados para dar todo o suporte aos passageiros das mais variadas faixas etárias.
A aventura começa na passagem de Drake, que é o caminho mais curto para chegar á Antártida. Com mares de águas turbulentas, onde as correntes geladas do sul se encontram com as correntes mais quentes do norte, e é possível ver espetáculos de albatrozes, baleias e golfinhos. A passagem pela península antártida é programada pelo capitão de acordo com as condições de navegação de cada dia, com a possibilidade de passeios terrestres por suas ilhas para ver pinguins, focas, elefantes-marinhos e baleias super à vontade em seu hábitat. Além de majestosos icebergs que se assemelham a grandes prismas de gelo.
A vantagem de fazer esse tipo de passeio a bordo de navio de alto padrão é contar com as comodidades oferecidas, como restaurantes, auditório com palestras, biblioteca e até sala de ginástica, salão de beleza e spa. Embarcar numa viagem como essa é uma oportunidade de ter experiência única e emocionante, reunindo aventura, conhecimento, paisagens cinematográficas e diversão. É a sensação de vislumbrar o “fim do mundo” sob o melhor ângulo. (Veja valor da viagem)
Volta ao mundo
Quem nunca sonhou dar a volta ao mundo? E, se essa viagem fosse a bordo de um jatinho? E, se nessa viagem tivesse como guia renomado especialista em história da arte? E mais, se nos passeios em terra, os seletos passageiros hospedassem apenas em hotéis cinco estrelas, com direito a gastronomia refinada, em que são servidos vinhos premiados para harmonizar cada almoço ou jantar nessa viagem dos sonhos. Isso será possível em março deste ano. O roteiro Grandes Impérios da Humanidade levará 50 privilegiados participantes para percorrer séculos da história mundial, descobrindo, com a ajuda de especialistas, com exclusividade e conforto total, a herança deixada por algumas das civilizações mais antigas da Terra.
Organizado pela produtora de viagens Latitudes, o roteiro passará por oito impressionantes marcos históricos do planeta, em um 757-200 reconfigurado para a expedição. Uma equipe exclusiva de especialistas a bordo vão ajudar os viajantes a conhecer em profundidade cada destino visitado. A jornada de 26 dias do Private Jet começa em março deste ano, em São Paulo, seguindo para o México, Havaí, Japão, China, Índia, Irã, Sicília e Marrocos, antes de retornar ao Brasil. Em cada um dos locais, os passageiros serão divididos em pequenos grupos durante os passeios, para que prevaleça uma maneira mais intimista de viajar. Assim, as descobertas serão experimentadas por um grupo seleto reunido em torno de um tema comum, compartilhando interesses similares, e unido pelo objetivo de ampliar horizontes pessoais e intelectuais. “Quem escolhe uma viagem como essa tem muitas coisas em comum, e está em uma fase da vida em que o foco é desfrutar de seu tempo e não, ter mais coisas. Ela quer viajar para lugares diferentes, conhecer novas culturas e aprender mais”, afirma Alexandre Cymbalista, diretor da Latitudes.
• Valor da viagem: US$ 18.100 por pessoa
• www.silversea.com/pt-br/destinos/cruzeiro-antartica/ushuaia-a-ushuaia-1803.html
Avião exclusivo
Voar de forma contínua, sem aguardar conexões demoradas ou longas filas no processo de imigração e check-in. Essas são apenas algumas das vantagens de uma jornada em um Private Jet. Quem escolhe roteiro como o criado pela Latitudes pode manter o foco somente nas vivências da viagem, pois conta com equipe dedicada ao cuidado e transporte da bagagem até os quartos dos hotéis, e com tripulação internacionalmente certificada e permanente durante o trajeto, que inclui integrantes brasileiros para viagem de brasileiros. Tendo avião exclusivo, o grupo tem acesso a locais remotos e aeroportos menores, escolhidos especificamente para atender o roteiro, serviço de bordo personalizado, médico na equipe, chef, que prepara as refeições de bordo – inclusive com atenção a casos de restrições alimentares –, além de amenidades e surpresas preparadas pelo time da expedição. Todas as despesas, incluindo hotéis, transfers e tours estão incluídas no valor cobrado pelo roteiro completo.
O Roteiro
Os participantes reúnem-se em São Paulo para o início da viagem, marcado por um pernoite e a confraternização de boas-vindas no Palácio Tangará, impressionante propriedade da Oetker Collection, que será inaugurada dentro de alguns meses. O destino seguinte é Mérida, no México, com seu rico patrimônio histórico colonial, capital cultural e maior cidade do estado de Yucatán. Depois, a beleza impressionante da Big Island, no Havaí, será o local para conhecer algumas das principais rotas de imigração humana e parte da história dos Estados Unidos. Em Kyoto, capital imperial do Japão e local onde estão alguns dos mais belos e marcantes templos japoneses, os viajantes vão conhecer a trajetória da civilização japonesa, bem como a origem de alguns de seus costumes e códigos morais.
A 2.400 metros de altitude, a parada seguinte é Lijiang, na China. Em cenário pitoresco, com mais de 800 anos de história e reunindo diferentes minorias éticas, esse trecho menos conhecido da Rota da Seda servirá de pano de fundo para mergulho nos 4 mil anos do império chinês. Roupas, artesanato, tecidos e especiarias podem ser encontrados em Jodhpur, a cidade do deserto, dos fortes e dos sáris. Os participantes poderão conhecer de perto alguns dos principais centros do florescimento da civilização hindu e sua profunda relação com a religiosidade. O império persa é o tema da etapa seguinte da viagem e o grupo segue para Shiraz, no Irã. O impressionante sítio arqueológico de Persépolis e a beleza dos monumentos arquitetônicos serão algumas das atrações nessa parada da expedição.
A Sicília, na Itália, é parte da história da civilização grega antiga. Na glamourosa Taormina, com vista para o vulcão Etna, além de aproveitar a culinária e a cultura italianas, o grupo vai se aprofundar nas bases da filosofia, das artes, da matemática e da política, heranças da Grécia Antiga. Seguindo para Marrakesh, no Marrocos, o Império Otomano entra em pauta. A “cidade vermelha” é convite para uma viagem no tempo, explorando suas vielas, mercados, gastronomia, especiarias e artesanato. Dali, o avião retorna para São Paulo.
Durante toda a viagem, o grupo hospeda-se em hotéis e resorts tão especiais quanto o roteiro, como o recém-inaugurado Four Seasons Hotel Kyoto, construído em torno de um jardim de 800 anos, e o Taj Umaid Bhawan, residência do marajá de Jodhpur.
• Valor da viagem: US$ 138.800 por pessoa
• http://privatejet.latitudes.com.br/
Na cidade dos Deuses
O vermelho escarlate dos mantos dos monges tibetanos sempre me seduziu. Num momento em que busco me reencontrar comigo mesmo, acredito que essa seja a oportunidade de ter uma experiência espiritual renovadora. O sonho de conhecer o Nepal e o Tibet não é de agora. Desde a minha adolescência desejei visitar os dois pequenos países incrustados entre a China e a Índia, na maravilhosa Cordilheira dos Himalaias. O Nepal é conhecido mundialmente pela incrível variedade de ecossistemas e milhares de vilarejos com diferentes grupos étnicos e cidades históricas.
Por sua vez, o Tibet é o lugar mais belo e incomum do mundo. O planalto tibetano está acima dos 4 mil metros e é cercado por montanhas. É um lugar para aventureiros, bem como para andarilhos espirituais. O Tibet é uma terra parada no tempo, que abriga muitos segredos. Os nômades permanecem os mesmos de 100 anos atrás, vivendo principalmente de seus rebanhos de iaques (boi grande e peludo, típicos do Himalaia).
PACOTES Lhasa, a cidade dos deuses, é o coração do Tibet e sua sede política e religiosa desde 1645. É um destino que está na lista de desejos de muitos viajantes, principalmente aqueles interessados na milenar tradição tibetana.
Pra conhecer qualquer lugar dentro dos limites da Região Autônoma do Tibet, você vai ter que vencer burocracia grande. Além do visto chinês, será necessário solicitar autorização especial para visitar a região, já que é território politicamente instável. Além disso, não é permitido turismo independente no Tibet e os turistas são obrigados a comprar pacotes prontos de agências.
• Valor da viagem: US$ 3.249 por pessoa
• www.terramundi.com.br/nepal-e-tibete
• Em busca de si mesmo
Quem decide viajar para o Tibet, Santiago de Compostela, na Espanha ou para Índia nunca volta igual desses lugares. E, nesse retorno, todos os valores mudam. Mas nem é preciso encarar uma “viagem espiritual” para se dar conta de que é preciso parar e repensar o que realmente importa nesta vida. Quem sabe não chegou a hora de encarar um turismo solidário ou voluntário? A proposta é dedicar seu tempo, abrir mão de luxo e mordomias e colocar a mão na massa, para ajudar a construir casas, escolas e creches em lugares remotos.
É possível também conhecer a realidade dos refugiados, sejam eles sírios, marroquinos, afegãos ou somalianos, em campos montados em países da Europa. Que tal viajar para Angola ou Moçambique, dois países africanos onde se fala português, e auxiliar crianças no aprendizado da nossa língua comum? E quem sabe, engajar em uma causa em defesa dos animais em extinção na Tanzânia ou no Sudão?
Quem busca esse tipo de turismo está em busca de interação com o meio ambiente e envolvimento com a população. Esses turistas são símbolo de uma nova geração de viajantes participativos. Eles preferem se hospedar na casa de moradores locais e se integrar às atividades da comunidade. “Eles veem no turismo oportunidade de obter experiências que vão além do consumo e da contemplação de cenários”, diz Rafael Fortunato, coordenador de Turismo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Esse novo viajante cresceu influenciado pela força do movimento socioambiental e se vê como agente de mudanças.
DEDICAÇÃO Não são poucas as agências de viagens ou intercâmbio que promovem esse tipo de viagem. Também é possível entrar em contato diretamente com ONGs. É preciso ter em mente que não será apenas uma viagem de contemplação de paisagens. Os destinos visitados serão em comunidades carentes. Somente quem está disposto a dedicar ao próximo de corpo e alma seguirá na viagem.
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