A mesa “Minas, a palavra abissal” reuniu José Miguel Wisnik, Carlos Bracher e Angelo Oswaldo, com a mediação de Humberto Werneck. O pintor Carlos Bracher falou de seu trabalho recente “Canto Mineral: Carlos Drummond de Andrade ilustrado por Carlos Bracher”, livro que mostra a identificação entre a poesia de um e a pintura do outro. Werneck e Angelo Oswaldo contaram fatos e curiosidades sobre Drummond, histórias íntimas do poeta e seu vínculo com Minas Gerais, sobre a personalidade reservada e seu ceticismo.
“Drummond era extremamente organizado, um arquivista nato. Apesar da timidez, ele se soltava de verdade era ao telefone, Drummond era um grande telefonador”, contou Humberto Werneck, que prepara uma biografia sobre o escritor. José Miguel Wisnik falou sobre o choque que teve ao conhecer Itabira, cidade natal do poeta, e do confronto entre a cidade que conhecia por meio da poesia de Drummond e a realidade de uma cidade extremamente afetada pela mineiração.
Na sequência, a mesa “Conflitos: fotografia e violência política no Brasil” se baseou no livro homônimo, organizado por Angela Alonso e Heloisa Espada. As fotografias reunidas na obra foram exibidas e comentadas, mostrando os registros de conflitos, revoluções e guerras civis que marcaram a história do Brasil. A conversa desmentiu dois mitos ainda muito disseminados: que as elites brasileiras sempre resolvem seus conflitos pacificamente, com negociação; e que o brasileiro é um povo pacífico, facilmente dominado, que aceita sua submissão.
Entre os registros, conflitos intraelites, onde estava em jogo o poder de decisão; e as revoltas, de resistência à ocupação do Estado. Em comum, a violência política como um padrão que se repete na história brasileira. Outros pontos tratados foram o uso das mídias durante os conflitos e a persistência de uma forma de violência que é comum a todos: a desigualdade.
O debate “Brasil: o fim das utopias?”, entre o cientista político e escritor Sérgio Abranches e o jornalista e professor Eugênio Bucci, falou das projeções utópicas que há muito fazem do Brasil um eterno país do futuro e a distopia que a realidade insiste em apresentar.
A realidade distópica de atual momento político e social brasileiro, seguiu sendo debatida com as presenças dos escritores Marcelo Rubens Paiva e Eliane Brum, mediado por Luiz Ruffato, na mesa “O que nos mantém no Brasil? O que nos expulsa do Brasil? E a literatura? O que tem a ver com isso?”. Na conversa, um panorama do momento presente brasileiro e as perspectivas futuras. “Não estamos conseguindo imaginar um futuro que não seja distópico, e isso afeta muito o nosso presente. Talvez o nosso desafio hoje seja conseguir imaginar um futuro possível”, afirmou Eliane Brum. Os autores conectaram ainda as crises brasileiras e suas especificidades às crises globais contemporâneas.
A família Klink estava completa no palco do Fliaraxá: Amyr Klink, Marina Wolff Bandeira Klink, Laura Wolff Bandeira Klink, Marina Helena Bandeira Klink e Tamara Wolff Bandeira Klink. O publico ouviu entusiasmado aos relatos de viagens com as aventuras vividas pela família do aventureiro mais famoso do Brasil.
Cacá Carvalho voltou a participar, dessa vez com a leitura dramatizada de textos selecionados de Graciliano Ramos, um dos patronos da sétima edição do Fliaraxá. A interpretação da famosa cena da morte da cadelinha Baleia, do livro Vidas Secas, emocionou o público, que lotou o Salão Minas Gerais.
O músico e escritor José Miguel Wisnik se apresentou em um show emocionante, acompanhado de Kristoff Silva, encerrando a programação do dia com um show inspirado. No repertório, composições de Wisnik e músicas inspiradas em obras literárias, como “A terceira margem do rio”, de Caetano Veloso e Milton Nascimento.
No Mastigando Autores, o público teve oportunidade de conversar abertamente como os convidados Leila Ferreira, Pedro Muriel, Cacá Carvalho, Daniella Zupo, Ana Medina, Marina Bandeira Klink, Philippe Lobjois, Claudio Prado, Eliane Brum, Illana Casoy, Leonardo Boff, Carla Madeira e Amyr Klink.
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