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Correr é uma atividade física completa, que faz bem ao corpo e à mente
Saúde

Correr é uma atividade física completa, que faz bem ao corpo e à mente

Correr é uma atividade física completa, que faz bem ao corpo e à mente

Corrida também é sinônimo de liberdade, energia e força de vontade. Mas, apesar de democrática, tem restrições

Qual o esporte mais democrático do mundo? Se respondeu a corrida, acertou. E não é só para perder peso (desejo de muitos), mas é a prática que garante melhor funcionamento cardíaco, redução da pressão arterial e do colesterol ruim (LDL), melhora da densidade óssea, mais humor, memória em dia e capacidade de concentração. E a lista é bem maior. Convencido a mexer o corpo em 2018 correndo? As comemorações e compromissos da virada e início de ano já passaram. Portanto, é hora de incluir na rotina uma atividade física que lhe dê prazer e faça bem à saúde, melhore a qualidade de vida e garanta o bem-estar. O que não falta é opção, mas a dica desta semana é a corrida!

Corrida é sinônimo de liberdade, energia e força de vontade. Mas antes de se empolgar, colocar o tênis e sair por aí, saiba que, apesar de democrática, correr não é para todo mundo. Fomos ouvir especialistas, médico, educador físico, nutricionistas e praticantes de idades variadas que descobriram no esporte um estilo de vida. E todos garantem: depois que começa, fica impossível parar. Deve ser porque a corrida está no sangue, no DNA do ser humano.

Dizem que a origem está na pré-história, quando os homens precisavam correr para caçar e fugir de predadores. E, historicamente, reza a lenda que, no ano de 490 a.C ocorreu a mais famosa das corridas, que deu origem à maratona. Fidípides, um soldado ateniense, foi designado a levar até Atenas a notícia de que os gregos haviam vencido os persas na batalha de Maratona. Ele precisou correr cerca de 40 quilômetros e, depois de dar a notícia, teria morrido. Deixando a tragédia de lado, anos e anos depois, em 1896, data da criação dos primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna, Fidípides foi homenageado com a criação dessa prova, cuja distância mudou ao longo dos tempos e, desde Londres, 1908, foi estipulada oficialmente em 42,195 quilômetros. E passou a ser o maior desafio para qualquer corredor, profissional ou amador. Quem corre sonha, pelo menos uma vez, superar tamanho desafio.

Desempenho

Aos 24 anos, a jornalista Aline Reis sempre gostou de esportes, era do time de vôlei da escola e ao encarar o ritmo frenético da faculdade sentiu falta de uma atividade que exigisse mais. Apesar de gostar, a rotina da musculação não a satisfazia. Foi quando instigada pelo irmão, Alex, se aventurou na corrida. No início, não foi amor à primeira vista. Conta que sentia cansaço, achava que não aguentaria, era até um pouco chato, já que não conseguia render. Mas eis que, de repente, o bichinho da atividade a tomou de vez: “Comecei aliando com a academia, arriscava correr uma vez por mês e, na esteira, tentava cinco minutos, passava para 10 e sem perceber já estava correndo meia hora. Foi quando percebi que queria mais. A questão de desafiar o corpo você mesma é estimulante. Saber que consegue aumentar seu desempenho, ver que você dá conta de fazer percursos maiores… é sensacional”.

A corrida, de certa forma, é uma expressão de superação do homem. É uma atividade que tem estratégia, técnica e requer condicionamento físico. Seja na rua ou indoor, ela se divide em distância ou velocidade e é cada vez mais popular. Surgem atletas amadores todos os dias e logo são seduzidos pela prática de sair por aí ao sabor do vento.

Riscos

Os benefícios da corrida são tantos que muitos praticantes são negligentes e acreditam que já nasceram sabendo correr. Não é assim. Além da técnica, há riscos sérios e graves à saúde e uma avaliação médica criteriosa é fundamental para minimizar lesões e problemas mais graves, como a morte súbita. E o checape não é só para saber se o coração aguenta o esforço, mas também se seu corpo biodinamicamente tem estrutura para suportar todo o impacto na hora de correr. O joelho vai aguentar? Sua pisada é correta ou precisa ser corrigida? A coluna vai sofrer? Tem força suficiente no abdômen? Se está obeso, a corrida é a melhor escolha? Tem histórico de infarto na família? São questões que precisam de respostas e diagnósticos de especialistas para que a atividade física não se torne um pesadelo e acabe desistindo diante das frustrações.

Colocar o corpo em movimento é essencial para viver melhor. Ele não foi criado para ficar parado. Na realidade, ele sofre diante do mundo moderno que cada vez mais desenvolve ferramentas que o faz ficar em repouso: carro, controle remoto, escada rolante, elevador, TVs, celulares, máquina de lavar, computadores, jogos eletrônicos, enfim, uma parafernália que veio para ajudar, tem valor, é bem-vinda, mas nem por isso você deve se tornar escravo dela, adotá-las como insubstituíveis. Fique atento para que soluções tecnológicas não se tornem prejuízo à saúde. E saiba que o exercício físico garante mais anos de vida, e com qualidade! Comprovado cientificamente pela medicina. Aliás, o maratonista e escritor norte-americano Hal Higdon, referência para muitos que ambicionam a corrida de longa distância, autor de vários livros, publicou no Corrida e boa forma depois dos 40, de 2010, que se você começar a correr aos 35 anos e for até os 79, pode acrescentar à sua vida dois anos e dois meses. Vale apostar, não é? Antes tarde do que nunca.

A jornalista Aline Reis, de 24 anos, corre há dois anos e tem como meta sua primeira meia maratona este ano (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

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