De acordo com o último Censo EAD BR 2016/2017, no Brasil cerca de 5 milhões de alunos estudaram pela modalidade de Educação à Distância em 2016.
A demanda por EAD é crescente e já está sendo oferecida em polos em todo o país, tanto em capitais como em regiões interioranas, representando 26% da educação superior no Brasil. Pesquisa de uma empresa desenvolvedora de conteúdo e tecnologia para EAD, líder de mercado, aponta que o ensino superior a distância corresponderá a 51% do mercado em 2023.
Atualmente, cerca de 200 instituições atuam no segmento e outras 100 já pediram autorização ao Ministério da Educação (MEC). A maioria das universidades, 42%, estão no Sudeste.
O crescimento se justifica pela redução de vagas de programas como o Fies – Programa de Financiamento Estudantil, pela flexibilidade de horário, pela popularização da banda larga, pelo crescimento da classe C e ainda pela economia, já que as mensalidades da EAD são até quatro vezes mais baratas do que as de cursos presenciais.
Personagem
Francisco Eduardo Sousa Viana tem 37 anos e sentiu na pele a falta que uma graduação faz no mercado de trabalho. Ele conta que por não ter um diploma, sempre esteve na média de salários do cargo que exercia e que viu muitas portas se fechando. “Sou de Fortaleza (CE) e comecei a trabalhar muito cedo, aos 12 anos, para sustentar a família. Não tive como estudar antes”, contou.
Hoje, Francisco Eduardo faz o 6º período do curso de Letras, da EAD da Universidade Anhanguera em Uberlândia, e diz que optou por este tipo de ensino por causa da flexibilidade de horário. “Trabalho de manhã e à tarde, e às vezes a noite também. Não tinha como estar em uma sala de aula. Mas, tive que criar uma rotina, porque estudar a distância exige disciplina e foco no objetivo”, disse.
Em 2016 e 2017, já dentro do ciclo da crise econômica que se aprofundou no país, um novo perfil de alunos começou a entrar com maior peso na educação a distância: egressos do ensino médio passaram a considerar a EAD como opção natural de continuidade para o ensino universitário. Com isso, rompe-se com a noção histórica de que a EAD atenderia apenas os excluídos do ciclo natural de escolarização. Esse ainda é um fenômeno inicial, mas já indica claramente uma maior aproximação entre o perfil de alunos nas modalidades presencial e a distância.
Facebook
Twitter
Google+
YouTube