Pequenos negócios têm ganhado fôlego ao acessar linhas de crédito especiais com taxas e prazos mais competitivos
Responsáveis pela geração de 60% dos empregos no estado, pequenas e micro empresas (MPE´s) estão buscando soluções para enfrentar a crise econômica imposta pela pandemia da covid-19.
Neste cenário, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) tem sido aliado de pequenos negócios como o do comerciante Marinaldo Sales Cardoso, proprietário de uma mercearia de bairro em Belo Horizonte, e de Luiz Cezar de Alvarenga Menezes, dono, cozinheiro e gestor de um restaurante self-service em Juiz de Fora, na Zona da Mata. Ambos recorreram a linhas de crédito do banco para dar fôlego aos negócios.
Cardoso e Menezes engrossam as estatísticas do BDMG: só no mês de maio, foram desembolsados R$ 62 milhões em crédito para micro e pequenas empresas (MPEs). O valor, um recorde mensal, entra para a história da instituição como o maior desde a fundação, há 58 anos.
Recorde
Presidente do banco, Sérgio Gusmão informa que, do início do ano para cá, o BDMG emprestou R$ 155,6 milhões para as MPE´s, acréscimo de 101% em relação ao mesmo período de 2019.
O montante e o recente recorde no total de crédito se deve, principalmente, ao desenvolvimento de linhas especiais para o enfrentamento à covid-19, a exemplo de redução das taxas de juros com prazo de carência dobrado (válida para MPEs de todos os setores econômicos) e linhas direcionadas a setores específicos (Saúde, Turismo, empreendedorismo feminino), além da possibilidade de renegociação de dívidas de empresas com o banco.
Segundo ele, um dos objetivos do lançamento de linhas de crédito especiais é aumentar a liquidez do empreendedor mineiro.
Volta por cima
Com quase 20 anos de atividades ininterruptas em Juiz de Fora, o restaurante a quilo de comida mineira e sabor caseiro quase fechou as portas. “Meu público é formado por estudantes, aposentados, profissionais liberais, representantes comerciais. Antes da pandemia, minha média de vendas mensal era de R$ 90 mil. A covid-19 nos afetou de forma violenta. Fiquei fechado por 60 dias e retornamos sem poder operar em nosso modelo de negócio, já que o self-service foi suspenso em prevenção à doença. Tive uma queda de 90% do faturamento, precisei demitir”, conta o empresário Luiz Cezar de Alvarenga Menezes.
Para resistir, ele recorreu a uma linha de crédito do BDMG. “Precisei de capital de giro e encontrei no banco um processo burocrático mais rápido e taxas mais atrativas, em comparação a outras instutuições de mercado”, detalha.
Com a experiência de conseguir o recurso quando mais precisou, o empresário destaca que a empresa deve estar com impostos e obrigações em dia para recorrer às linhas de crédito do BDMG. “Estamos enfrentando uma grande dificuldade, mas acredito na minha empresa, na minha gestão e na volta por cima”.
Expansão
Marinaldo Sales Cardoso apostou em um negócio que vende de tudo: gênero alimentícios, limpeza, higiene pessoal e bebidas em geral. Aberto há dez anos no Bairro Santa Cruz, na região Nordeste de Belo Horizonte, não sofreu grandes perdas com a pandemia. “Atendo a moradores do bairro e aos que circulam nas proximidades. Por isso acredito ter mantido o meu faturamento médio, cerca de R$ 40 mil por mês”.
No entanto, o empresário decidiu recorrer ao crédito para criar novas oportunidades na crise. “Fiquei preocupado, como todo mundo, pois a economia não estava bem. Ao mesmo tempo vi a possibilidade de melhorar o negócio, de aumentar as vendas. Logo pensei em buscar um capital de giro no BDMG, além de, também, garantir algum recurso para uma possível piora”.
Cardoso afirma que já era cliente do banco. “Com isso, não houve dificuldade na aprovação do crédito e tudo saiu no tempo hábil”. O empresário afirma ainda que “ter o BDMG como parceiro é sempre importante, independentemente de crise”. E justifica: “Ter acesso ao capital que você precisa com a melhor taxa do mercado e prazo suficiente, que não compromete outros compromissos da empresa, representa uma segurança para o negócio”.
Por fim, Cardoso faz uma avaliação otimista. “A mercearia vai sair da crise da covid-19 melhor do que entrou.” E dá uma dica que vale ouro para os colegas empresários. “Não espere a saúde financeira de seu negócio piorar para buscar recursos. Com antecedência, é possível escolher uma instituição financeira que ofereça as melhores condições. A economia vai precisar de tempo, mas vai voltar a crescer”.
Como acessar o crédito
Para agilizar e desburocratizar a concessão de crédito, o BDMG possui uma plataforma digital na internet. Para iniciar o processo basta seguir os seguintes passos:
– Acesse o site bdmg.mg.gov.br, faça uma simulação e, após escolher a condição ideal para a sua empresa, inicie o pedido de financiamento;
– Preencha os dados da sua empresa e dos sócios. Em poucas horas, você receberá o retorno com a análise da proposta;
– Após a aprovação da proposta, basta enviar ao BDMG o contrato assinado e os documentos solicitados, via correio;
– Após o recebimento e a análise da documentação, o dinheiro será creditado na conta corrente de sua empresa em poucos dias.
Documentos são necessários
O critério varia de acordo com vários fatores, como o segmento que a empresa atua e qual linha de crédito mais adequada para ela. Ao contrário de bancos comerciais, o BDMG não exige uma contrapartida da empresa para conceder crédito, como abertura de conta corrente, aquisição de cartão de crédito ou outros produtos.
Como instituição regulada pelo Banco Central, o BDMG analisa informações financeiras diversas sobre as empresas, em linha com os protocolos oficiais vigentes, para autorizar as operações.
Limite de valores
Os valores também dependem das linhas oferecidas e da análise feita com base nas informações enviadas pelas empresas.
Crédito (foto): Arquivo pessoal
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