Vista como o “calcanhar de Aquiles” de muitos estudantes, é a matemática a grande vilã do Exame Nacional do Ensino Médio. Os resultados do Enem de 2017 mostra desempenho inferior alunos das redes estaduais, mas na disciplina, a distância chega até a 67% em alguns casos. A média das escolas privadas no Enem é mais de 90 pontos acima da rede estadual.
É em matemática que as redes estaduais têm o maior número de escolas abaixo da média geral do Enem. Das 7.401 escolas estaduais com dados calculados, 80% têm nota de matemática inferior a 518,5 (a média que considera a nota de todos os participantes na prova). Nas outras áreas, esse percentual varia de 69% a 72%. O menor percentual de escolas públicas abaixo da média geral é em redação.
O desempenho em matemática é considerado uma referência por ser um conhecimento basicamente escolar. No Brasil, o maior abismo está nos estados de Minas Gerais e Tocantins. Aqui, a distância chega a 114,67 pontos; no Tocantins, a distância é de 117,89 pontos.
Os resultados decepcionantes na disciplina têm ligação com a qualidade de formação dos professores e também à prática. “Matemática não se aprende lendo, aprende-se matemática fazendo. Ela exige aprendizado, um saber escolar, diferente de outras áreas em que é possível ter outras fontes de conhecimento”, disse o matemático Ruben Klein, especialista em educação e consultor da Fundação Cesgranrio à Folha de S.Paulo.
Klein ainda atribui o resultado à imagem negativa da disciplina. “Existe uma ideia de que matemática é para alguns. Como eu também era ruim, não tem problema o aluno ir mal, é aceito”, comenta. Problemas estruturais como a falta de professores nas escolas estaduais colaboram com as dificuldades. Um terço daqueles que lecionam a matéria não tem formação na área, segundo dados do Censo Escolar de 2015.
*Com informações da Folha de S. Paulo
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