Ação é voltada ao público feminino, especialmente às vítimas de violência
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) lançou, nessa segunda-feira (2/8), o piloto do projeto Trajeto Moda, estratégia integrante do Programa Percursos Gerais: Trajetória para Autonomia. A iniciativa busca possibilitar às mulheres em situação de vulnerabilidade, principalmente vítimas de violência e outros abusos, alcançarem a independência financeira – obstáculo que, em muitas vezes, mantém a condição de coabitação com o agressor e a continuidade da situação de vulnerabilidade.
O Trajeto Moda vai oferecer capacitações em corte e costura, além de outras formações – como liderança, associativismo e vendas – que fomentem a formação de grupos autossustentáveis, estabelecendo uma rede produtiva na região. Participam do projeto piloto dez mulheres da capital e sete líderes de cada uma das cidades-sede das regionais da Sedese: Muriaé, Governador Valadares, Salinas, Almenara, Diamantina, Teófilo Otoni e Montes Claros.
Na segunda etapa, os cursos de corte e costura, vendas e outras especialidades de confecção serão disponibilizados a 280 mulheres, sendo 40 de cada região; 20 da zona urbana e 20 da zona rural – totalizando, assim, 297 beneficiárias atendidas.
Com abordagem psicossocial, o projeto ainda vai oferecer formação em cooperativismo, com a proposta de elaborar um plano de negócios. As atividades serão acompanhadas pela Sedese que, após um ano, pode realizar intervenção com apoio técnico, quando necessário, para que as beneficiárias possam começar uma rede produtiva e autossustentável.
Sedese / Divulgação
Ação conjunta
No lançamento do projeto, no auditório da Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais (Utramig), em Belo Horizonte, a secretária de Estado de Desenvolvimento Social, Elizabeth Jucá, enfatizou a importância da participação das mulheres na iniciativa. “Esse é um projeto construído conjuntamente. Vocês podem mostrar para várias outras mulheres que elas podem estar aqui, que também podem ter esperança, e ser capazes de gerar renda. Queremos o empoderamento não só para essas mulheres, mas também para suas famílias”, comentou.
A secretária também destacou que é preciso fortalecer a rede de segurança das participantes. “Estive no Vale do Mucuri na semana passada, e me assustei com o número de feminicídios registrados. Antes de darmos autonomia, precisamos dar segurança para essas mulheres, inclusive para que elas consigam ir ao nosso projeto”, disse.
Além da secretária, participaram do lançamento a reitora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Sandra Goulart; a defensora pública e coordenadora estadual de Promoção e Defesa do Direito das Mulheres, Samantha Vilarinho Mello Aves; a presidente da Cabidelli Managementor ME, Wanessa Cabidelli; e a líder comunitária de Governador Valadares, Josiany Souza.
“Sabemos, como mulheres, como a violência é muito mais forte quando há a dependência financeira. Diante de tantas adversidades, temos esperança de que, no fim, tenhamos 280 mulheres capacitadas, produzindo, gerando renda, para poderem alcançar, cada vez mais, a emancipação, a condição e a autonomia financeira”, observou Josiany Souza.
O Trajeto Moda é apoiado por órgãos dos poderes Executivo e Legislativo, pela UFMG, pela Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), por empresários do universo da moda e por organizações civis e instituições, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).
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