O livro é resultado de “pesquisa de historiadora, guiada pelo afeto”, segundo a autora, e valoriza o esforço para arborização do Campus UFMG Pampulha e a luta pelo terreno onde está a Estação Ecológica da universidade. O espaço chegou a ser cotado para a construção das faculdades de Farmácia e Odontologia. Além disso, a autora conta quem foram os personagens que deram nome aos espaços e ruas da universidade. Fala também da história dos reitores fantasmas, os quais as fotos estão em uma ante-sala do prédio, e do saci de olhos verdes que morava por lá. Segundo a lenda, os visitantes da Estação Ecológica da UFMG podem ouvir os sacis encostando o ouvido em um gomo de bambu.
A historiadora vê o mundo a partir do campus da UFMG, segundo uma amiga, pois ela foi aluna, professora, vice-reitora e ainda anda de bicicleta pelo campus. “Eu vejo alguns lugares que nem sempre as pessoas veem. É importante contar essa história e chamar as pessoas a se orgulhar da nossa instituição, ainda mais neste momento pelo qual a universidade está passando”, afirma a professora. Outra intenção dela no livro é que as pessoas reconheçam o espaço e apoiem a autonomia da universidade.
Na construção do livro uma das estratégias para a escrita de é o início dos capítulos. Todos eles começam com histórias de luta pela autonomia e contra a opressão. E esta história vem lá dos primórdios da universidade. Em 1930, Francisco Mendes Pimentel, o primeiro reitor da instituição, se recusou a obedecer o decreto de Getúlio Vargas que aprovava automaticamente os alunos sem necessidade de exames finais. Ele se apoiava no pressuposto de que governos não devem interferir na autonomia universitária.
Em 1964, o reitor Aluísio Pimenta também resistiu a ações do governo. Ele foi contra a tentativa de intervenção militar na UFMG durante a ditadura.
A esperança de Heloisa Starling é a de que os estudantes, professores e a comunidade externa à universidade leia o livro para que o olhar fique mais apurado em relação à instituição. Todos devem pensar juntos qual o destino que queremos para a universidade pública no Brasil.
E além de escritora, historiadora e tudo que Heloisa Starling já foi, ela também é uma das curadoras do 8º Fliaraxá. Ela participa da mesa Democracia e Literatura: Ensaio e Narrativa juntamente com Sergio Abranches e José Eduardo Agualusa. A mesa da historiadora Heloisa Starling é no dia 20 de junho, segundo dia do Fliaraxá 2019, às 20h.
Confira aqui toda a programação do Fliaraxá
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