Perícia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento constatou que o dietilenoglicol, substância tóxica encontrada em lotes das cervejas Belorizontina e Capixaba, teria entrado em contato com a água que resfria um líquido conhecido como mosto durante o processo de produção das bebidas alcoólicas
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou na tarde desta quarta-feira (15/1) as constatações preliminares acerca da investigação da pasta à empresa mineira Backer, que produz as cervejas Belorizontina e Capixaba. Assim como identificado pela Polícia Civil de Minas Gerais, a pasta encontrou moléculas do composto químico dietilenoglicol no conteúdo das bebidas. Desde o início do ano, duas pessoas morreram em razão de intoxicação pela substância e a principal suspeita é a de que elas tenham entrado em contato com os componentes tóxicos após consumirem a cerveja Belorizontina.
De acordo com o Mapa, a contaminação das bebidas aconteceu na fábrica da Backer. Segundo o coordenador-geral de Vinhos e Bebidas do ministério, Carlos Vitor Müller, a principal suspeita é a de que intoxicação tenha acontecido durante o resfriamento, uma das etapas de produção das cervejas. Ele explicou que o dietilenoglicol pode ter entrado em contato com a água utilizada para se resfriar o mosto, líquido proveniente da mistura entre malte moído e água quente.
No entanto, a forma como se deu essa contaminação não está clara. Isso porque o dietilenoglicol deveria ser utilizado como agente refrigerante do processo de produção da cerveja em uma etapa seguinte, que é a de fermentação. Nesse momento, os tanques que recebem o mosto precisam manter uma temperatura mais baixa e, por isso, eles são resfriados pelo lado fora por líquidos como o dietilenoglicol. Contudo, por ser tóxico e prejudicial à saúde, ele não deve entrar em contato com a cerveja.
Por enquanto, o Mapa considera possibilidades como sabotagem, vazamento do produto na água ou utilização incorreta do dietilenoglicol. “O líquido refrigerante circulam por fora do tanque, em jaquetas ou serpentinas específicas para isso. Portanto, o contato com a água é o grande mistério. Agora, nossa ação de apuração será tentarmos retornar ao processo produtivo até identificar onde aparece a água que tem contaminação com dietilenoglicol”, disse Müller.
Müller ainda explicou que o dietilenoglicol é um dímero do monoetilenoglicol. Em química, um dímero é uma molécula composta por duas unidades similares ou monômeros unidos. Segundo ele, tanto amostras de dietilenoglicol quanto de monoetilenoglicol foram encontradas no conteúdo das cervejas periciadas pelo Mapa. Ambas moléculas não poderiam estar em contato com a cerveja devido ao grau de toxicidade e por serem letais quando consumidas em certa quantidade.
“Notamos que houve um consumo elevado de monoetilenoglicol por parte da empresa. Recolhemos algumas notas de aquisição dessa substância e, durante dois anos, a Backer adquiriu mais de 15 toneladas de etilenoglicol. Nada justifica esse gasto, a não ser que haja uma contínua ampliação dos sistemas produtivos”, frisou o membro do Mapa. “Portanto, notamos com evidências de que essas contaminações ocorreram nas dependências da empresa”, acrescentou.De acordo com o Mapa, a contaminação das bebidas aconteceu na fábrica da Backer. Segundo o coordenador-geral de Vinhos e Bebidas do ministério, Carlos Vitor Müller, a principal suspeita é a de que intoxicação tenha acontecido durante o resfriamento, uma das etapas de produção das cervejas. Ele explicou que o dietilenoglicol pode ter entrado em contato com a água utilizada para se resfriar o mosto, líquido proveniente da mistura entre malte moído e água quente.
Fonte: Jornal Estado de Minas
Facebook
Twitter
Google+
YouTube