A Prefeitura de Araxá não enviou representantes para o Fórum Comunitário realizado nesta quarta-feira, 23 de maio, na Câmara Municipal para debater a demolição da Escola Municipal Francisco Braga, no bairro Urciano Lemos, e a transferência dos alunos para o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do bairro Francisco Duarte. O fórum foi solicitado pelo vereador Robson Magela (PRB), que foi procurado por pais de alunos da escola.
Fundada em 1975, a Escola Municipal Francisco Braga conta com 198 alunos, de 3 a 5 anos de idade, do maternal I e II da Educação Infantil. A Prefeitura de Araxá decidiu demolir a escola para ampliar a sede da Feira do Produtor, que foi construída ao lado da instituição de ensino e ainda não foi inaugurada. A nova sede da escola será construída no bairro Ana Pinto de Almeida. A Prefeitura Municipal quer transferir os alunos para o CRAS do bairro Francisco Duarte antes de construir a nova sede da escola.
O Fórum Comunitário foi presidido pelo vice-presidente da Câmara Municipal, Bosco Júnior (AV), e contou com a participação de pais e mães de alunos da Escola Francisco Braga, vereadores, assessores parlamentares e imprensa. A Câmara Municipal enviou para a Prefeitura os convites destinados aos secretários municipais de Educação, Gessy Lemos, e de Ação e Promoção Social, Moisés Cunha, mas nenhum deles compareceu ao fórum.
Robson Magela não escondeu a sua indignação com a ausência de representantes do Governo Municipal. “A Prefeitura desrespeitou a Câmara de Vereadores e, principalmente, os pais e as mães dos alunos que vieram aqui participar do fórum para ter as suas dúvidas respondidas por essa administração que decidiu demolir a escola sem os consultar nenhum deles. Os convites para os secretários foram encaminhados à Secretaria de Governo, que é uma exigência agora dessa administração, e devem ter sido engavetados como tudo que chega lá”, desabafou o vereador.
O vereador deixou claro que não concorda com a demolição da escola e com a transferência dos alunos para o CRAS Francisco Duarte. “É preciso construir mais escolas e não destruir as que existem. E já que o prefeito Aracely anunciou a construção de uma nova sede para a Escola Francisco Braga, então que os alunos fiquem lá onde estão até que a nova escola fique pronta. O CRAS é um local acanhado que não oferece nenhuma segurança para as crianças. Além disso, a cozinha que fabrica todas as marmitas da Prefeitura funciona no CRAS e por isto o movimento de pessoas e veículos é intenso no local”, informou Robson.
Os vereadores Raphael Rios (SD) e Roberto do Sindicato (SD) também criticaram a ausência de representantes da Prefeitura no Fórum Comunitário e demonstraram opinião contrária à transferência das crianças. Roberto disse que o CRAS é um local inadequado, inseguro e apertado para abrigar uma escola. Já Raphael alertou que as crianças têm prioridade garantida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e por isto a Prefeitura deve pensar primeiramente nelas antes de tomar qualquer decisão.
Os pais e mães de alunos da Escola Francisco Braga também tiveram a oportunidade de expressar suas opiniões. Janaína Lopes afirmou que a decisão foi tomada sem pensar nas crianças que serão transferidas para um local perigoso e sem previsão de construção da nova sede. Deisy Soares contou que a maioria dos pais não está de acordo com a transferência.
Robson ainda informou que os secretários de Educação e de Ação e Promoção Social serão convocados para responder os questionamentos feitos pelos pais dos alunos. “Vamos seguir o que está previsto na Lei Orgânica do Município e no regimento interno do Legislativo para convocar a Gessy e o Moisés, que terão que vir aqui diante dos vereadores para responder os questionamentos da comunidade escolar do Francisco Braga. Ninguém aqui está brincando de ser vereador. Esta Casa de Leis tem que ser respeitada pelo Executivo”, finalizou o vereador.
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