Projeto Escola na Trilha é direcionado às escolas públicas do estado e já envolveu, de 2008 a 2017, mais de 2.800 alunos
O contato com a natureza, o meio ambiente e a cultura de algumas regiões de Minas Gerais pode ser uma importante fonte de conhecimentos. Esta prática pedagógica é justamente o que ocorre a partir do Projeto Escola na Trilha – Orientação para o Turismo, uma iniciativa do Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Turismo (Setur-MG), em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (SEE) e a Copasa.
O principal objetivo do Escola na Trilha é sensibilizar os participantes para as questões relacionadas ao turismo e educação ambiental nos Circuitos Turísticos (CTs) do Estado. Para tanto, o projeto envolve conhecimentos sobre turismo e preservação do meio ambiente.
As disciplinas regulares dadas em sala de aula como história, geografia, biologia, química, física, matemática, educação física e inglês estão em permanente diálogo com as viagens pedagógicas e, ao mesmo tempo, as aulas ao ar livre potencializam o aprendizado em sala.
No Projeto Escola na Trilha, os alunos participam de provas regulares, incorporadas à grade curricular das escolas, com realização nas próprias Unidades de Conservação (UCs).
O percurso de cada prova varia entre 5 e 8 km, com duração aproximada de 2 a 3 horas. Durante o trajeto, são abordadas perguntas relacionadas aos temas trabalhados ao longo do ano em sala de aula.
Como é uma prova de regularidade, é feita atabulação de resultados, gerando classificação das equipes por pontos. Geralmente, o número de alunos é divido em três equipes – e a equipe que fica melhor classificada alcança em torno de 50%. A premiação é a participação em uma viagem pedagógica em UCs ou em algum município de relevância turística.
Além da sensibilização dos 2.839 alunos de escolas públicas para a temática de turismo e preservação do meio ambiente, o Projeto Escola na Trilha já capacitou, por meio de sua metodologia, vários servidores públicos municipais, de Circuitos Turísticos, professores de escolas estaduais e municipais.
Experiências
Em junho, agosto e setembro, por exemplo, foi a vez de 120 alunos da Escola Estadual Coronel Adelino Castelo Branco, de Sabará, participarem de três provas no Parque Estadual do Sumidouro, localizado nos municípios de Lagoa Santa e Pedro Leopoldo. A viagem pedagógica, premiação da etapa, ocorreu, com 40 alunos, no Parque Estadual Mata do Limoeiro.
“Foram fantásticas as trilhas. É um projeto bem elaborado e organizado e com a base pedagógica desenvolvida em sala de aula. Os alunos vivenciam o conhecimento da fauna e flora existentes em Minas Gerais, como mata atlântica, cerrado, animais variados, rios, lagos e cachoeiras. É uma oportunidade única para muitos alunos adquirirem conhecimentos históricos e culturais sobre o circuito do ouro. Os alunos ficam surpreendidos e encantados com a experiência”, Paula de Freitas, supervisora pedagógica da Escola Estadual Coronel Adelino Castelo Branco, de Sabará
De 2008 até o momento em 2017, já foram realizadas 21 provas em UCs, envolvendo 21 municípios, 24 escolas públicas, 15 Circuitos Turísticos, 2.839 alunos de escolas públicas atendidos e recursos investidos da ordem de R$ 320,3 mil.
Para este e para o próximo ano, estão previstas diversas ações do Projeto Escola na Trilha. Clique aqui e conheça o calendário e previsão das próximas provas e viagens pedagógicas.
Na trilha
Como a prova é um trekking de regularidade, na qual os alunos divididos em grupos usam bússola e mapa para conseguir cumprir a trilha no tempo estipulado em planilha de navegação, ocorrem fatos interessantes. Por exemplo: grupos que se perdem na trilha e são resgatados pela equipe de apoio; participantes que encontram animais silvestres (cobras, aranhas); realização de travessias em rios por meio de pista de corda.
De acordo com o secretário adjunto de Turismo de Minas Gerais, Gustavo Arrais, a vivência é um diferencial para o trabalho pedagógico fora de sala e os alunos fazem um trabalho multidisciplinar.
“É interessante porque fazemos uma sensibilização com os alunos e visitamos locais de grande relevância, como os parques estaduais do Sumidouro, do Itacolomi e do Rio Preto. Vemos que a iniciativa amplia horizontes sobre a cultura, a história e o turismo”, ilustra.
As provas contam com equipe de apoio das unidades de conservação, bombeiros e, embora até o momento não tenha sido acionada, uma ambulância à disposição nas proximidades dos parques, caso haja a necessidade de algum atendimento especial.
Ao longo da trilha, os professores ficam responsáveis pelos Postos de Controle (PC), que tem como objetivo verificar a regularidade de cada equipe e o andamento das provas. Os PCs anotam o tempo de chegada e de saída.
Na metade do percurso, os alunos passam por um ponto de parada em um local estratégico da prova, denominado Neutral, para descansar e lanchar, com o tempo máximo de 15 minutos, tudo cronometrado pelos professores.
No fim da prova, as equipes cruzam a linha de chegada, sob o monitoramento de um responsável por registrar o tempo de cada equipe. Em seguida, os participantes são gradualmente encaminhados a um restaurante para o almoço.
Vale ressaltar que a metodologia do Projeto Escola na Trilha é elaborada com todo o cuidado, tanto por envolver provas regulares junto às escolas, como também pelo fato de as visitas ocorrerem em locais de preservação ambiental em Minas Gerais.
Pedagogia inovadora
O Projeto Escola na Trilha é uma iniciativa inovadora de política pública, focada na importância social da temática do turismo e da preservação do meio ambiente.
Parceira da Setur-MG no projeto, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) irá promover 11 provas, envolvendo 44 escolas públicas estaduais com ensino médio integral e integrado, com a participação de 3.600 alunos.
Já por meio da parceria com a Copasa, está prevista a realização do Projeto Escola na Trilha em 14 municípios mineiros, envolvendo 560 alunos de escolas públicas. Para isso, a Copasa irá aportar R$ 165,3 mil via contrato de patrocínio, com a participação do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS).
A importância social do Projeto Escola na Trilha também está alcançando outras localidades e interessados. A regional da Emater-MG de Passos, localizada em São João Batista do Glória, por exemplo, após os resultados iniciais, passou a apoiar a realização do projeto.
Em São João del-Rei, a apropriação da metodologia foi reaplicada contando apenas com o apoio técnico da Setur-MG. Já em Conselheiro Lafaiete, a prova foi realizada por iniciativa do Circuito Turístico Vilas e Fazendas de Minas e da Associação Regional de Proteção Ambiental do município.
Fotos: Divulgação/Setur-MG
Arte: Agência Minas Gerais
PDF: Calendário Escola na Trilha
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