No momento, há 2.605 casos confirmados da doença, sendo que 97 evoluíram para mortes
O secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, voltou a pedir paciência em relação às intenções de eventual flexibilização das medidas de distanciamento social. Durante entrevista coletiva virtual, na tarde desta quarta-feira (6/5), o gestor chegou a comparar o enfrentamento à covid-19 a uma maratona, uma prova de longa duração. Na ocasião, citou o papel do programa Minas Consciente como ferramenta de coordenação e estabelecimento de padrões de isolamento e distanciamento de forma efetiva.
Amaral também mencionou o andamento da estruturação da rede de Saúde no território do estado, em níveis micro e macrorregionais. “Temos um caminho bem traçado. Recebemos os planos de contingência elaborados para as regiões de Saúde. Faremos ainda alguns ajustes, mas estamos avançando na adaptação dos serviços para termos a menor pressão possível sobre o sistema por conta da covid-19”, declarou.
As projeções estimadas para o pico de contágio e a demanda por leitos também foram tratadas na coletiva. Segundo o secretário, os cálculos atuais são de que, em 6 de junho, 3 mil pessoas sejam acometidas pela doença e outras 1,5 mil precisem de terapia intensiva. “O ideal é não ter nenhum pico, queremos ir diluindo isso ao longo do tempo, mas os fatores são dinâmicos. Qualquer alteração na trajetória da velocidade de contágio pode modificar essas projeções e gerar muito estresse sobre a rede de Saúde”, explicou.
Números
No momento, há 2.605 casos confirmados da doença e 97 mortes em Minas Gerais. Outros 109 óbitos estão em investigação e 479 foram descartados. Para Amaral, o número de descartes vem aumentando, o que demonstra que a análise sobre os novos casos tem sido dada em tempo razoável. “É um trabalho de avaliação bastante laborioso, de checagem de informações, para que possamos ter os dados publicados da forma mais precisa possível”, frisou.
Em relação aos motivos que justificam os índices relativamente baixos da doença em Minas, no comparativo com outros estados, o secretário acredita que um conjunto de fatores contribuiu para essa situação epidemiológica: um isolamento em momento oportuno, acompanhado de bom nível de adesão social e pessoas adotando maior cuidado com higiene das mãos e proteção, utilizando máscaras.
Ao comentar sobre o interior do estado, o secretário considerou a possibilidade de que o distanciamento natural entre esses municípios possa ter contribuído com a menor circulação de pessoas. No entanto, essa não seria a única explicação para o baixo número de casos em cidades menores. “Temos também cidades ou grupos de municípios com adensamentos populacionais importantes e que também não apresentam um número de casos tão alto. Na nossa avaliação, há outros fatores que ajudam a ter esse padrão em Minas”.
Amaral também ressaltou que a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) não é um sinônimo para a covid-19, uma vez que diversas doenças respiratórias podem evoluir com quadro da SRAG – como asma, bronquite, pneumonia, tuberculose, intoxicação exógena, edema agudo de pulmão, câncer -, além das gripes e da própria infecção por coronavírus.
Qualquer quadro de insuficiência ou dificuldade respiratória aguda que apresente febre ou sensação febril, que tenha exigido hospitalização ou evoluído para óbito por SRAG independentemente de internação, é notificado como “SRAG hospitalizado”. “O que vimos foi uma notificação mais acentuada, que, inclusive, incentivamos, para que, ao menor sinal, pudéssemos ter a contabilização desse caso e tomar as medidas que fossem necessárias, conforme o plano de contingência”, afirmou.
Em relação ao programa Minas Consciente, o secretário adjunto de Estado de Saúde, Marcelo Cabral, lembrou que os municípios devem manifestar junto à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) o interesse em aderir ao plano, que funcionará como elemento de coordenação para o distanciamento social. “A partir daí, podem ser necessários alguns ajustes, conforme o caso”, lembrou.
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