ALMG – Crise Climática – Fase 2
Segundo dia é marcado por grandes encontros
Cultura

Segundo dia é marcado por grandes encontros

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A manhã foi animada com uma programação infanto-juvenil diversa. Começando pelo requisitado Sarau do Tamanduel, com as participações de Salatiel Silva, Grupo Fratelo, Leo Cunha e Lucrécia Leite. A contação de histórias ficou por conta da Fê Liz, Lucrécia Leite e do Núcleo de Incentivo à Leitura da Secretaria Municipal de Educação. Para finalizar, Pedro Bandeira encantou o público em um bate-papo emocionado com o público adolescente.

O trabalho da historiadora e escritora Heloísa Starling guiou a mesa “Ser republicano no Brasil colônia: a história de uma tradição esquecida”, que contou ainda com as participações de Sérgio Abranches e Eugênio Bucci. Uma conversa reveladora de fatos da nossa história que, até para a própria Heloísa Starling, eram desconhecidos. O debate girou em torno da emergência do republicanismo no Brasil, sempre buscando na vida de personagens históricos os indícios da dura realidade dos defensores da República em terras monárquicas. A tentativa de estabeler paralelos entre a polarização naquele momento político e em nosso tempo foi recorrente.

Os escritores Marcia Tiburi e Nilton Bonder participaram da mesa “O país da delicadeza perdida”, mediada pela também escritora e homenageada local do VII Fliaraxá, Leila Ferreira. Na conversa, o embate que o momento histórico brasileiro sugere entre a necessidade preemente de delicadeza e a urgência pela ação contundente. Em comum, os escritores defenderam a necessidade de não pensar a delicadeza de modo simplificado. “Delicadeza não é o oposto da grosseria, do vulgar, do tosco. Precisamos tomar cuidado para não cair em uma estética burguesa da delicadeza”, afirmou Marcia Tiburi. Nilton Bonder ressaltou a importância de diferenciar o delicado do subserviente, defendendo a delicadeza como elemento capaz de garantir revoluções efetivamente evolutivas. “No momento que vivemos, se não tivermos delicadeza, ficamos limitados à briga. O que quero dizer com isso é que estaremos lutando pela própria briga e não pela causa propriamente”, garante.

Na mesa “Chora na própria terra peregrino”, protagonizada por Luiz Ruffato e Gonçalo Tavares, o debate girou em torno das diferentes formas de exílio e refúgio. Luiz Ruffato falou do exílio como elemento frequente na formação brasileira, desde o degredo brutal de africanos escravizados e a expulsão e aniquilamento de povos indígenas. Em seguida, Ruffato relacionou o deslocamento e a dificuldade de sedimentação que o autor observa no Brasil aos desencontros de nossa história recente. Gonçalo Tavares buscou na condição histórica dos judeus, em constante fuga e sem um espaço próprio, um caminho para falar sobre o que o exilado carrega consigo e a cultura como um espaço de refúgio. O autor chamou ainda atenção para as distintas formas de exílio: o exílio doméstico, sobretudo de mulheres e crianças exiladas em suas próprias casas; e o exílio da própria língua, como no caso do Brasil, onde por muitos anos falantes de línguas estrangeiras foram proibidos de se expressar livremente.

Na área externa, o fotógrafo Fernando Rabelo guiou o público por sua exposição “Imagens de um Flâneur Brasileiro em Paris”, contando as histórias de suas imagens e de seu processo criativo. Entre os visitantes, as presenças ilustres do ator e diretor Cacá Carvalho e dos escritores Sérgio Abranches, Pedro Muriel e Gonçalo Tavares.

No Mastigando Autores, o público teve oportunidade de conversar abertamente como os convidados Sérgio Abranches, Paula Martins, Yael Steiner, Eugênio Bucci, Nilton Bonder, Gustavo Penna, Gonçalo Tavares, Cacá Carvalho, Elson Barbosa, Luiz Ruffato, Wander Mello Miranda, Claudio Prado, Cesar Bravo, Lívia Baião, Ricardo Ramos Filho, Evandro Affonso Ferreira, Fernando Rabelo e Humberto Werneck.

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