Heloísa, a primeira a falar, ressaltou a necessidade de se realizar um percurso pelo Sertão para compreender Guimarães e Graciliano. “Ambos buscam prosperidade, um na cidade grande, o outro, retomando a vida seca. De alguma forma, um completa a história do outro. Juntos, eles passam por um grande momento de modernização”, afirma.
“Liberdade completa, ninguém desfruta”, afirmou Wander Melo. Para ele, o sertão de Graciliano torna-se uma agonia, sair dele não é fácil. Ao mesmo tempo, com Guimarães, ele pode se tornar um lugar de esperança. “Um lugar de dor e esperança, um extremo limite, que durante muito tempo, continuará a ser nossa face mais luminosa, e sombria”, completa.
De acordo com Ricardo Ramos, Vidas Secas é o romance mais tocante de Graciliano. Segundo ele, é a obra em que o autor mais fala de si. “Na miséria, precisando ganhar dinheiro e com muita mágoa de Alagoas, cidade onde foi preso. Mesmo que tenha sido publicado em 1988, a obra aponta problemas muito atuais”, destaca.
Mais Guimarães
Na sequencia da mesa dos Patronos, o ator Cacá Carvalho fez a leitura do texto inédito, Pormenor de Ausência, escrito pela autora Lívia Baião. Ela narra o final da vida de Guimarães Rosa. O artista foi extremamente aplaudido após a apresentação. Segundo ele, a obra é um lampejo do próprio Guimarães, contudo, nem tudo é verdade, nem tudo é mentira. Quem decide o que é o que, é o próprio público. “Eu me alimento de Guimarães Rosa”, completa.
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