Por Redação Portal Econômico | Análise
O Brasil inicia agosto com um duro golpe para sua economia real: a partir do dia 6, produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos passarão a ser taxados em até 50%. A medida imposta pelo governo norte-americano escancara não apenas uma crise comercial, mas, sobretudo, a fragilidade da política externa brasileira e a total inoperância do governo Lula em defender os interesses nacionais.
Diante do tarifaço, micro e pequenas empresas (MPEs) estão sendo lançadas a uma encruzilhada brutal: renegociar contratos, operar com prejuízo ou simplesmente serem varridas das cadeias globais de exportação. É o preço da omissão.
Falta de estratégia, falta de reação
Enquanto o mundo se reorganiza em blocos e acordos bilaterais, o governo brasileiro parece ainda preso a discursos vazios de soberania. Lula e sua equipe econômica não fizeram o dever de casa: não anteciparam riscos, não se articularam diplomaticamente e, sobretudo, não protegeram os setores mais vulneráveis da indústria brasileira.
“Se a tarifa de 50% se mantiver, o Brasil deixará de ser competitivo”, alerta Joseph Couri, presidente do SIMPI Nacional. Segundo ele, os importadores norte-americanos já buscam fornecedores em outros países com taxas médias de 15%. E o pior: “pequenas empresas já estão demitindo, antecipando férias e rompendo contratos”, um sinal claro de que o impacto será profundo e imediato.
Quem paga a conta é o pequeno
O tarifaço atinge diretamente 35,9% da pauta exportadora brasileira. Embora 44,6% fiquem isentos e outros 19,5% já estejam sob tarifas, o impacto para as MPEs é desproporcional. Com menor margem de manobra, essas empresas são as primeiras a sangrar em qualquer conflito comercial.
E o governo? Silêncio absoluto. Nem um plano emergencial, nem articulação com os EUA, tampouco medidas compensatórias. A retórica política de Lula não sustentou a realidade econômica. O resultado: o pequeno empreendedor, que já enfrenta juros altos, crédito escasso e carga tributária sufocante, agora também precisa lidar com um tarifaço que pode matar seu negócio.
Três caminhos, nenhum fácil
O SIMPI desenha três cenários para as MPEs exportadoras:
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Negociar com o importador e dividir os custos – uma saída limitada apenas a empresas com relações comerciais consolidadas.
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Assumir o prejuízo sozinho, o que compromete margens e coloca em xeque a sobrevivência do negócio.
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Ser excluído do jogo internacional, o que já começa a ocorrer com cancelamentos de pedidos e contratos suspensos.
Omissão que custa caro
Enquanto o presidente Lula se ocupa com agendas ideológicas e promessas de “reindustrialização”, a realidade do chão de fábrica é de portas fechadas, produção parada e demissões em massa. A falta de liderança e de visão estratégica cobra seu preço, e ele está sendo pago em real por quem menos pode: o pequeno empresário.
É emblemático que, em vez de buscar diálogo direto com a administração americana ou construir acordos que blindassem a indústria nacional, o governo Lula tenha preferido o confronto vazio. O resultado é este: o Brasil foi deixado para trás, e ninguém em Brasília parece disposto a brigar de verdade por quem produz.
O que ainda pode ser feito?
O SIMPI ainda tenta apontar saídas, que incluem:
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Renegociar contratos com os EUA;
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Redirecionar a produção ao mercado interno;
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Buscar novos mercados na América Latina, Ásia e África;
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Usar os acordos regionais do Mercosul como plataforma de exportação.
Mas todas essas medidas são paliativas e insuficientes sem o amparo do Estado. É preciso política industrial de verdade, crédito facilitado, e acima de tudo, um governo que entenda que diplomacia econômica é coisa séria.
Conclusão: não há mais espaço para erros
A guerra tarifária está posta. Os EUA agiram dentro do seu interesse. O Brasil, mais uma vez, ficou na retaguarda. Lula fracassou na missão de proteger os pequenos empreendedores e demonstrou, mais uma vez, que sua política externa é feita de palavras, não de resultados.
Quem sobreviver a esse tarifaço será por mérito próprio, não por ajuda do governo.
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