O silêncio cúmplice de Brasília e a retórica da vitimização — o Rio enfrenta sozinho a guerra contra o crime
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O silêncio cúmplice de Brasília e a retórica da vitimização — o Rio enfrenta sozinho a guerra contra o crime

O silêncio cúmplice de Brasília e a retórica da vitimização — o Rio enfrenta sozinho a guerra contra o crime

Por Vitória Alves de Castro 

A madrugada desta quarta-feira amanheceu sob o eco dos confrontos mais letais da história recente do Rio de Janeiro. A Operação Contenção, deflagrada pelas polícias Civil e Militar, terminou com 81 presos, quase uma centena de fuzis apreendidos e, segundo dados ainda em atualização, até 66 mortos, incluindo criminosos e vítimas colaterais.
Mais do que uma ação policial, o episódio escancara a fragilidade das instituições nacionais diante do avanço do crime organizado — e o isolamento político e operacional do governo fluminense diante da ausência de apoio do governo federal.

Enquanto o governador Cláudio Castro tenta sustentar o discurso da lei e da ordem, com base em mais de um ano de investigações e planejamento tático, Brasília mantém-se em silêncio. Nenhuma manifestação firme, nenhuma promessa concreta de reforço federal, nem sequer o envio emergencial de efetivos da Força Nacional ou da Polícia Federal.
O Rio, mais uma vez, foi deixado à própria sorte.

A omissão do Planalto não é apenas administrativa — é ideológica. Parte expressiva da esquerda política brasileira ainda insiste em tratar o crime organizado como fruto exclusivo das mazelas sociais, desresponsabilizando facções que impõem terror armado a comunidades inteiras. Essa narrativa, enraizada em setores do Judiciário e do Ministério Público, enfraquece a ação policial e desmoraliza o trabalho das forças de segurança, que operam sob risco extremo em territórios dominados por grupos fortemente armados.

O sistema de Justiça brasileiro, por sua vez, segue desorganizado e aparelhado, incapaz de responder com agilidade e rigor ao avanço do narcotráfico e das milícias. Mandados de prisão demoram, tornozeleiras eletrônicas são violadas impunemente e líderes criminosos seguem dando ordens de dentro dos presídios — realidade que o próprio governo estadual tenta conter pedindo transferência emergencial de detentos para presídios federais de segurança máxima.

Não se trata aqui de negar a necessidade de rigor nos protocolos policiais, nem de ignorar as vidas perdidas em meio ao confronto. Trata-se de reconhecer que sem a presença firme do Estado brasileiro em todas as suas instâncias — federal, estadual e judiciária — o Rio de Janeiro continuará sangrando sozinho.

Enquanto o discurso federal for de complacência, e a esquerda mantiver a retórica da vitimização do criminoso, o resultado será o mesmo: comunidades sitiadas, policiais mortos, e um Estado refém da própria omissão.

O Rio de Janeiro não pede aplausos — pede respaldo.
E esse respaldo, até agora, não veio de Brasília.

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