Cresol
Alerta: com vacinação em queda, casos de coqueluche aumentam mais de 10 vezes no país
Saúde

Alerta: com vacinação em queda, casos de coqueluche aumentam mais de 10 vezes no país

Alerta: com vacinação em queda, casos de coqueluche aumentam mais de 10 vezes no país

Bebês são os principais afetados pela infecção respiratória grave e altamente contagiosa; especialista alerta para prevenção, sintomas e cuidados

Os casos de coqueluche dispararam em 2024, com um aumento superior a 1.000%, ou seja, 10 vezes, em todo o Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, foram registrados 5.987 casos no país, sendo 1.034 em recém-nascidos. Em São Paulo, o crescimento foi ainda mais alarmante: um salto de 3.436%, com 831 casos confirmados. O estado ficou atrás apenas do Paraná (1.229 casos).

A coqueluche é uma infecção respiratória grave causada pela bactéria Bordetella pertussis. Altamente contagiosa, ela se transmite por gotículas de saliva e é especialmente perigosa para bebês de até um ano.

“Em recém-nascidos, a resistência aos sintomas é menor. Além da tosse intensa, a doença pode causar parada respiratória, convulsões, vômitos e desidratação”, explica Fabíola La Torre, coordenadora do pronto-socorro infantil do Hospital e Maternidade São Luiz Osasco, da Rede D’Or.

De acordo com especialistas, a principal causa do atual surto é a baixa cobertura vacinal. A taxa ideal de vacinação contra a coqueluche deveria ser de, no mínimo, 95%, mas caiu drasticamente nos últimos anos. Por exemplo, em 2023, a cobertura em menores de um ano foi de apenas 68,98%, com índices ainda menores entre as gestantes.

“A vacinação durante a gravidez protege os recém-nascidos, reduzindo os riscos de contágio. Além disso, a falta de acesso a exames laboratoriais de biologia molecular dificulta o diagnóstico e o controle da doença”, acrescenta La Torre.

Outro problema é a ausência de doses de reforço para adolescentes, algo comum em países da União Europeia e nos Estados Unidos. “No Brasil, o Programa Nacional e Imunização prevê a aplicação da vacina apenas em crianças de 0 a 4 anos. Sem reforços, adolescentes ficam mais vulneráveis, aumentando o risco de transmissão, principalmente se tiverem condições como imunidade baixa, asma ou bronquite”, explica a médica.

No Sistema Único de Saúde (SUS), além das crianças, a vacina da coqueluche também é aplicada em gestantes, profissionais da saúde e trabalhadores com contato direto com recém-nascidos.

Divulgação

Sintomas, evolução da doença e tratamento

O período de incubação da coqueluche varia entre cinco e dez dias. Os primeiros sintomas incluem febre baixa, mal-estar, coriza e tosse seca, que se intensifica com o tempo. A fase mais grave envolve episódios de tosse intensa, chamados de crises paroxísticas, que podem durar semanas e acontecem principalmente à noite.

“Nos bebês, as crises podem levar à apneia, vômitos e até risco de morte. Durante os acessos de tosse, a pessoa tem dificuldade para respirar, podendo apresentar congestão, lacrimejamento e secreção abundante”, explica Flaubert Serra de Farias, infectologista pediátrico do São Luiz Osasco.

A unidade da Rede D’Or, localizada na região metropolitana de São Paulo, conta a maior e mais completa estrutura hospitalar da cidade e uma linha de cuidado pediátrico de referência, com corpo clínico especializado, equipe multidisciplinar, exames de alta complexidade e UTI pediátrica.

A frequência e intensidade das crises crescem nas duas primeiras semanas e tendem a diminuir gradativamente se for realizado o tratamento adequado, levando o paciente ratado à fase convalescente, ou de recuperação, que pode durar meses. “Nesse estágio, as crises diminuem, mas é preciso ter atenção a outras complicações, sendo imperativo o acompanhamento médico”, alerta o infectologista.

O diagnóstico da coqueluche é feito com exames clínicos e laboratoriais. O tratamento mais comum é à base de antibióticos. Além disso, pessoas próximas ao paciente (contactantes) devem receber profilaxia, que inclui vacinas, medicação, uso de máscaras e cuidados de higiene.

“As vacinas contra a coqueluche estão disponíveis tanto na rede pública quanto na privada. Manter a vacinação em dia é a melhor forma de prevenir a doença. Além disso, ao identificar sintomas, como a tosse, é importante buscar atendimento e orientação médica”, reforça Farias.

GIGA+ Janeiro 2025
Saúde

Mais notícias da Categoria Saúde

Chegar saudável aos 110 anos é possível; veja dicas que podem fazer a diferença

Chegar saudável aos 110 anos é possível; veja dicas que podem fazer a diferença

Portal Araxá 17/01/2025
Araxá institui novo fluxo de atendimento para pacientes em crise psiquiátrica

Araxá institui novo fluxo de atendimento para pacientes em crise psiquiátrica

Portal Araxá 16/01/2025
Como a alimentação natural pode ajudar no quadro de depressão e ansiedade de seu pet

Como a alimentação natural pode ajudar no quadro de depressão e ansiedade de seu pet

Portal Araxá 16/01/2025
Primeiro LIRAa de 2025 aponta índice médio de infestação do Aedes aegypti em Araxá

Primeiro LIRAa de 2025 aponta índice médio de infestação do Aedes aegypti em Araxá

Portal Araxá 15/01/2025
Janeiro branco: conheça hábitos que influenciam a saúde mental das crianças

Janeiro branco: conheça hábitos que influenciam a saúde mental das crianças

Portal Araxá 15/01/2025
Prefeitura de Araxá intensifica ações de combate à dengue durante o período chuvoso

Prefeitura de Araxá intensifica ações de combate à dengue durante o período chuvoso

Portal Araxá 09/01/2025