Quando uma mulher decide romper o silêncio, Araxá não deixa que ela caminhe sozinha. A cidade dispõe de uma rede articulada de proteção — com saúde, assistência social, educação, segurança pública e justiça — e de um serviço especializado: o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM), compromisso de campanha do prefeito Robson Magela que funciona desde fevereiro de 2021.
O CRAM acolhe exclusivamente mulheres em situação de violência. Só em 2025, foram realizados 146 atendimentos a 72 mulheres. Segundo a coordenadora, Maria Cecília Lemos, a equipe é multiprofissional. Conta com setor de psicologia, para acolhimento e fortalecimento emocional; serviço social, com orientações para acesso a benefícios e rede socioassistencial; e assistência jurídica com orientação sobre direitos, medidas protetivas e encaminhamentos. “O objetivo é interromper o ciclo da violência sem revitimizar, com escuta qualificada e plano de cuidado individual”, explica.
De acordo com a coordenadora, o serviço complementa a rede e atende necessidades que vão além do boletim de ocorrência. “Muitas vezes a mulher chega antes mesmo de formalizar a denúncia. Ela precisa entender os caminhos, os impactos e quais apoios terá do município. Fortalecer o emocional, organizar documentação, acionar benefícios, pensar em moradia e trabalho: nada disso pode ficar de fora. Não é só ‘vai lá e pede medida protetiva’; é garantir que ela tenha condições reais de seguir em frente.”
A atuação é integrada: a Saúde disponibiliza atendimento psicológico clínico exclusivo para as vítimas; a Educação facilita o remanejamento escolar dos filhos quando há mudança de endereço; e o CRAM articula recolocação no mercado de trabalho com instituições de qualificação profissional.
“Denunciar é um passo de coragem — e Araxá está preparada para amparar quem decide dar esse passo. A proteção existe, é gratuita e está ao seu alcance”, incentiva Cecília.
Em casos de emergência, ligue para o 190. Você também pode acionar a Central de Atendimento à Mulher, pelo número 180, com atendimento gratuito e sigiloso. O CRAM (Rua Carvalho Lopes, 38, Centro) oferece acolhimento, orientação jurídica e apoio psicossocial, mesmo sem a necessidade de boletim de ocorrência. E, se for o caso, vá até a Delegacia de Polícia Civil, onde é possível registrar a ocorrência e solicitar medidas legais de proteção.
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