Alta no número de casos de síndromes respiratórias acende alerta e fisioterapia respiratória vira aliada no cuidado infantil
Técnica ajuda a reduzir internações e aliviar sintomas em casos de bronquiolite e outras complicações; especialista orienta pais com dicas práticas
A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) já confirmou mais de 10 mil casos relacionados às Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAGs), com 523 óbitos registrados, desde o início do ano. Esse número representa um aumento de 43% em relação ao mesmo período de 2024. Diante do avanço, o governo estadual decretou estado de alerta em saúde pública. Para conter esse aumento, medidas de prevenção e cuidado ganham destaque, especialmente entre os grupos mais vulneráveis.
Crianças pequenas, principalmente os bebês, estão entre os mais suscetíveis a complicações respiratórias, isso porque suas vias aéreas são mais estreitas e eles possuem pouca capacidade de eliminar secreções sozinhos. Nesse cenário, a fisioterapia respiratória surge como uma importante aliada no cuidado e recuperação de doenças como a bronquiolite e outras síndromes.
De acordo com a fisioterapeuta Juliana Muzzillo, especialista na área, esse tipo de tratamento utiliza técnicas específicas e adaptadas à idade da criança, com o objetivo de reduzir a congestão pulmonar e aliviar sintomas como a falta de ar. “Tudo isso contribui para uma respiração mais eficiente e confortável, além de melhorar a oxigenação e a função pulmonar do paciente, o que acelera a recuperação e pode até diminuir a necessidade de medicamentos como broncodilatadores ou antibióticos”, explica.
Além disso, a fisioterapia pode ser indicada em diferentes fases da doença. Nos casos leves, a atuação precoce pode evitar o agravamento do quadro. Durante a internação hospitalar, o tratamento contribui diretamente para a melhora clínica e redução do tempo de permanência. E no pós-alta, o acompanhamento fisioterapêutico ajuda a prevenir recaídas, principalmente em crianças com histórico de infecções respiratórias frequentes.

Crédito das fotos: Pixabay/Istockphoto
Redução de internações e complicações
Outro benefício importante da fisioterapia respiratória é a redução de complicações e do tempo de hospitalização. “Ao facilitar a limpeza das vias aéreas e melhorar a ventilação, diminuímos o risco de agravamento do quadro, como infecções secundárias ou necessidade de oxigenoterapia prolongada. Isso torna a recuperação mais rápida e segura”, explica a fisioterapeuta Juliana.
No atual cenário epidemiológico do Paraná – com estimativa de mais de 26 mil casos de SRAG em 2025 -, a incorporação da fisioterapia respiratória no cuidado de crianças ganha ainda mais relevância. Trata-se de uma prática segura, não invasiva e altamente eficaz, que oferece conforto e qualidade de vida ao paciente e tranquilidade à família.
Para a especialista Juliana Muzzillo, mais do que tratar, é preciso educar e prevenir. “Quando bem orientados, pais e responsáveis conseguem adotar medidas simples que fazem toda a diferença. A fisioterapia respiratória é uma aliada valiosa nesse processo, tanto no combate às doenças quanto na promoção da saúde respiratória das crianças”, afirma.
Prevenção também é tratamento
Com a chegada do inverno e o aumento dos casos de bronquiolite, asma, resfriados e gripes, a fisioterapia respiratória pode ser usada de forma preventiva. Isso é ainda mais relevante para crianças com fatores de risco, como prematuridade, alergias ou contato frequente com ambientes fechados, como creches. “As sessões preventivas ajudam a manter as vias aéreas limpas, fortalecem a musculatura respiratória e ainda orientam os pais sobre cuidados em casa”, aponta Juliana.

Crédito das fotos: Pixabay/Istockphoto
A especialista também compartilha três dicas simples e eficazes para que pais e responsáveis ajudem a proteger a saúde respiratória das crianças durante os meses mais frios:
- Ambiente arejado e limpo: mantenha a casa ventilada, mesmo nos dias frios, e evite acúmulo de poeira. Cortinas, tapetes e bichos de pelúcia devem ser higienizados com frequência. O uso excessivo de aquecedores, que ressecam o ar, também deve ser evitado.
- Hidratação constante: oferecer água regularmente é essencial, mesmo que a criança não peça. A boa hidratação mantém as secreções mais fluidas, facilitando sua eliminação pelo organismo.
- Higiene nasal diária: a lavagem com soro fisiológico ajuda a remover impurezas e secreções, prevenindo a obstrução das vias respiratórias e possíveis infecções.
Sobre a especialista
A fisioterapeuta Juliana Muzzillo Lopes [@fisiojumuzzillo] é formada pela PUC-PR desde 2007, especializada em raciocínio clínico avançado, tração cíclica, manejos no tratamento as deformidades da coluna neuropedriatrica, laserterapia, reabilitação ocular e vestibular e Reeducação Tóraco Abdominal (RTA) para COVID 19. É proprietária da PhysioConfort e também trabalha com fisioterapia domiciliar para o atendimento dos pacientes, em Curitiba e região metropolitana.
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