Saúde
Psicóloga da Unimed Araxá defende que diálogo, exemplo dos pais e incentivo a atividades offline ajudam a reduzir riscos do uso exagerado de celulares e redes sociais
O uso de celulares, tablets e redes sociais já faz parte da rotina de crianças e adolescentes, trazendo facilidades, aprendizado e lazer. Mas, segundo especialistas, o consumo excessivo de tecnologia pode trazer sérios riscos ao desenvolvimento emocional e cognitivo das novas gerações.
A psicóloga da Unimed Araxá, Karinne Pires Borges, especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, afirma que na infância o excesso de tempo diante das telas pode prejudicar aspectos fundamentais. “O uso prolongado atrapalha o desenvolvimento cognitivo, o convívio social e familiar, além de limitar a criatividade”, diz.
Na adolescência, período marcado pela busca por identidade e aceitação social, os impactos podem ser ainda mais sensíveis. “Ao se deparar com conteúdos que exibem realidades filtradas, o jovem pode reforçar inseguranças e sentimentos de inadequação. Isso aumenta a chance de desenvolver uma visão distorcida de si mesmo e levar a um desgaste emocional silencioso”, explica.
Pesquisas internacionais reforçam essa preocupação: longas horas conectados estão associadas ao maior risco de ansiedade e queda do bem-estar psicológico. Entre os efeitos mais comuns, estão a dificuldade de concentração, problemas no sono, sedentarismo e a redução da interação com amigos e familiares.
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Papel da família
Para minimizar esses prejuízos, a recomendação é estabelecer limites claros. “Nada de telas antes dos 2 anos, no máximo uma hora por dia para crianças de 3 a 5 anos e, a partir dos 6 anos, não ultrapassar duas horas diárias de lazer digital”, orienta a psicóloga.
Mais do que impor restrições, o papel da família é essencial. “Dar o exemplo, compartilhar momentos offline, incentivar esportes, leitura e brincadeiras criativas ajuda a equilibrar o uso da tecnologia e favorece o desenvolvimento saudável”, afirma Karinne. Ela acrescenta que estar atento a sinais como irritabilidade, isolamento e tristeza persistente é fundamental.
Apesar dos riscos, a tecnologia não precisa ser vista como vilã. “Ela pode ser uma aliada, desde que usada com moderação e acompanhada de limites claros, diálogo aberto e participação ativa da família”, conclui.
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