Estudantes da rede pública de Minas Gerais vão viver uma experiência transformadora em 2026: cursar um ano letivo no exterior com todas as despesas pagas pelo Estado. O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG), divulga, nesta quarta-feira (27/8), os 90 primeiros selecionados do Passaporte Mineiro do Conhecimento, projeto pioneiro no Brasil que abre as portas para jovens mineiros estudarem em até 28 países, entre eles Alemanha, Canadá, Japão, África do Sul e Austrália.

A lista completa com os nomes dos estudantes pode ser acessada neste link. Ao todo, 150 estudantes serão contemplados nesta segunda edição. A primeira lista reúne 90 nomes; os demais 60 bolsistas serão anunciados até o final do ano. As bolsas custeiam integralmente viagem, hospedagem, alimentação, documentação e seguro, garantindo aos estudantes a chance de viver uma experiência acadêmica e cultural transformadora sem custos adicionais para suas famílias.

Para o governador Romeu Zema, o passaporte representa um marco para a educação pública no estado.

	“Hoje tenho a alegria de anunciar os 90 primeiros estudantes selecionados pelo Passaporte Mineiro do Conhecimento. Esse é um projeto pioneiro no Brasil e um orgulho para nós, porque mostra que a educação pública pode, sim, mudar destinos e oferecer às nossas crianças e jovens um futuro melhor”, afirmou Zema.

Raio-X dos selecionados

Os contemplados representam 75 escolas de 69 municípios mineiros. A maioria é formada por meninas que se autodeclaram pardas e vêm de famílias em situação de vulnerabilidade social. A seleção priorizou estudantes com excelente desempenho escolar, frequência regular e sem histórico de reprovação.

Nesta edição, cerca de 3,1 mil alunos se inscreveram. Destes, 500 foram pré-selecionados e 300 chegaram à fase final, que incluiu trilhas formativas e entrevistas presenciais.

	“Essa nova fase representa também um investimento no futuro de Minas Gerais. Esses jovens terão a oportunidade de expandir horizontes, adquirir novos conhecimentos e trazer de volta ao nosso estado ideias e práticas que vão inspirar a comunidade escolar em que vivem”, destaca o vice-governador Mateus Simões.

Para o secretário de Estado de Educação, Rossieli Soares, a iniciativa reforça a capacidade da escola pública de transformar vidas.

“O Passaporte Mineiro do Conhecimento abre horizontes, amplia sonhos e conecta nossos estudantes ao mundo. Estamos garantindo que jovens de todas as regiões e realidades sociais tenham a oportunidade de vivenciar experiências acadêmicas e culturais únicas, que vão marcar para sempre suas trajetórias pessoais e profissionais”, destacou o secretário.

Histórias que inspiram

O impacto do projeto já pode ser visto em histórias de alunos que participaram da edição anterior. Ana Martins, 17 anos, estudante da Escola Sandoval de Azevedo, em Ibirité, selecionada na primeira edição, embarcou recentemente para a Itália e contou como a experiência está mudando sua vida.

“Pela minha realidade social, nunca seria possível fazer um intercâmbio. Meu pai está desempregado e minha mãe trabalha como costureira, recebendo menos de um salário mínimo. Com essa oportunidade, estou me transformando e quero ir muito além para mudar a minha vida e a de outras pessoas. O Passaporte é um sonho que estou realizando por meio da educação pública”, disse.

Já Rafaella Pereira dos Santos, 16 anos, da Escola Estadual Mestra Bezinha Gandra, em Itamarandiba, no Vale do Jequitinhonha, também celebra o intercâmbio.“O projeto é uma das melhores experiências que já vivi em toda a minha vida. É simplesmente incrível e agradeço ao Governo de Minas por nos proporcionar essa oportunidade enriquecedora para o nosso presente e futuro”, contou.

Como funciona a seleção

O Passaporte Mineiro do Conhecimento segue critérios definidos em regulamento e contempla exclusivamente estudantes de escolas de Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI). Para se candidatar, os alunos precisam ter bom desempenho acadêmico, frequência regular e não ter histórico de reprovação.

Após a inscrição inicial, os jovens participam de uma Trilha Formativa, que aborda temas como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e atividades de preparação para o intercâmbio. Em seguida, passam por entrevistas que avaliam o perfil, a clareza de seus projetos de vida e a forma como percebem a experiência internacional como parte de sua trajetória. Somente após esse processo os nomes dos contemplados são divulgados.