Estratégias simples e eficazes para reduzir um dos maiores riscos para idosos e melhorar a qualidade de vida
As quedas são a principal causa de incapacidade entre pessoas mais velhas. Elas podem causar desde lesões leves, como contusões e torções, ou mais graves como fraturas. Mais de 70% das quedas acidentais ocorrem dentro do domicílio ou seus arredores, geralmente durante o desempenho de atividades cotidianas e cerca de 10% ocorrem em escadas, sendo que descê-las apresenta maior risco do que subi-las. Portanto, fatores ambientais podem ter um papel importante em até metade de todas as quedas.
Conforme vamos envelhecendo, nossa coordenação motora e agilidade vão sofrendo algumas alterações. Com isso, em muitos casos, é comum que quedas aconteçam. Mas antes de encarar a queda como um simples acontecimento, sem maior importância, saiba que elas podem ser uma indicação de que o seu corpo precisa de cuidados. Uma queda pode indicar fragilidade ou ser um sintoma de uma doença mais séria, como a osteoporose, que é comum em mulheres acima de 50 anos. Quando devidamente tratados, esses problemas podem ser contornados. Do contrário, podem se agravar e causar sérios transtornos. Por isso, todo cuidado é pouco!
A primeira conduta para prevenção de quedas é olhar para seus problemas de saúde e tratá-los de forma adequada, como problemas de visão, audição, falta de exercício, alterações posturais, dificuldades para andar e equilíbrio. Vários medicamentos podem aumentar o risco de quedas como antidepressivos, ansiolíticos, medicamentos usados para dormir – até mesmo antialérgicos, remédios para pressão podem estar em dose incorreta e favorecer a queda de pressão ao se levantar, causando tontura, da mesma forma que no tratamento para diabetes, uma queda da glicose pode gerar tontura e queda. Então, uma revisão de todos os medicamentos e a tentativa de reduzir o número deles pode ser uma boa estratégia.
Em casa, existem estratégias que podem reduzir muito o risco de quedas:
Banheiro:
· O interruptor de luz deve ficar perto da porta.
· Use lâmpadas fluorescentes e cortinas claras, ambiente iluminado.
· No local do banho, use tapete de borracha antiderrapante e uma barra de apoio na parede do chuveiro.
· Se o vaso sanitário tiver caixa acoplada, instale uma barra de apoio a 15 cm da caixa.
· Se tem dificuldade em ficar em pé use um assento firme ou cadeira de plástico resistente dentro do chuveiro para auxiliar no banho.
· Aumente a altura do vaso sanitário (46 cm) ou coloque um elevador de assento e instale barras de apoio nas laterais e paralelas ao vaso.
· Nunca tranque a porta, pois quedas são sempre inesperadas.
Quarto:
· Use tapetes presos ao chão.
· Não ande de meia.
· Use sapatos com solado antiderrapante, evitando sapatos altos e com solado liso.
· Nunca encere o piso.
· Evite camas muito baixas e colchões muito macios. A altura da cama é adequada quando se está sentado à beira da cama e consegue-se colocar facilmente os pés no chão. Isto varia entre 45-50 cm.
· Perto da cama tenha um interruptor de luz ou abajur.
· Usar urinol (papagaio) ou comadre no quarto quando este for longe do banheiro.
Sala:
· Mantenha os fios dos aparelhos próximos a tomada.
· Deixe sempre o caminho livre sem objetos espalhados.
· Prefira sofás mais altos e firmes e poltronas com braços.
· Os armários devem estar ao alcance e ser fixados à parede.
Escada:
· Deve ser livre de objetos, possuir corrimão dos dois lados, fitas antiderrapantes nos degraus e interruptores de luz, tanto na parte inferior quanto na superior.
· Possuir corrimãos e, se possível, dos dois lados
Cozinha:
• Coloque uma passadeira antiderrapante ou fita adesiva antiderrapante em frente à pia, evitando escorregões com resíduos que caem no chão.
• Fixe os armários na parede em uma altura de fácil alcance. Dessa forma, evita-se o uso de bancos ou escadas para alcançar os objetos.
Orientações gerais:
· Uso de calçados com sola antiderrapante, sem salto e fechados no calcanhar;
· Usar roupas no tamanho certo, para não tropeçar na barra, e que permitam mexer livremente os braços e pernas;
· Sentar-se sempre quando for se vestir;
· Usar óculos e aparelhos auditivos, quando indicados pelo médico;
· Evitar dormir durante o dia para garantir uma boa noite de sono. É uma maneira de ficar mais atento e reduzir as chances de cair;
· Manter as unhas dos pés sempre curtas e consultar um profissional caso tenha calos;
· Evitar carregar peso. Quando necessário, pedir ajuda ou usar um carrinho.
Exercícios básicos:
1. Esticar as pernas:
Sente-se em uma cadeira e mantenha as solas dos pés no chão. Coloque uma toalha enrolada embaixo dos joelhos para estabilizar sua posição. Inspire lentamente.
Expire e lentamente erga uma das pernas o mais reta possível para frente
Flexione a ponta do pé na sua direção de modo que o dedão do pé aponte para o seu rosto.
Inspire ao abaixar a perna para posição inicial e repita o exercício 10 x por perna.
2. Flexão (dobrar)
Posicione as suas mãos contra a parede, afastando-as na largura dos seus ombros, de tal maneira que seu corpo fique levemente inclinado para a parede.
Afaste os pés na mesma proporção. Inspire lentamente enquanto desloca o corpo para perto da parede flexionando os braços e mantendo as pernas firmes e retas.
Expire e empurre seu corpo de volta, até que seus braços fiquem estendidos e repita 10 vezes.
Dr. Adriano Roberto Tarifa Vicente
Especialista em Geriatria RQE Nº:22259
Médico cooperado da Unimed – Araxá
Mestre em Terapia Intensiva pelo IBRATI-SP
Doutor em Ciências da Saúde pela FIOCRUZ/CPQRR-MG
Consultório: (34) 3661-5758
E-mail: adriano_geriatria@yahoo.com.br
Endereço: Av. Senador Montandon, 846 – Sala 4 – Centro – CEP 38180-780 – Araxá – MG
Facebook
Twitter
Google+
YouTube