GIGA+ Janeiro 2025
Minas se prepara para prevenir, tratar e controlar possíveis casos de varíola do macaco
Saúde

Minas se prepara para prevenir, tratar e controlar possíveis casos de varíola do macaco

Minas se prepara para prevenir, tratar e controlar possíveis casos de varíola do macaco

Fhemig publica protocolo sobre a doença e reforça pioneirismo em saúde no estado

imagem de destaque

Em resposta ao alerta epidemiológico emitido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no dia 20/5, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) produziu o “Protocolo Clínico para orientações gerais, prevenção e controle do Monkeypox (varíola do macaco)”, já publicado neste site.

O documento foi formulado em menos de duas semanas, com as melhores e mais atualizadas evidências disponíveis. Ele traz informações necessárias à assistência segura ao paciente suspeito e/ou confirmado de infecção pelo vírus Monkeypox, que transmite a varíola dos macacos.

O secretário de Estado de Saúde e ex-presidente da Fhemig, o médico Fábio Baccheretti, afirma que o protocolo é fundamental para o reconhecimento precoce dos pacientes suspeitos e também para ações de vigilância sanitária pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG).

“Esse protocolo vai orientar as equipes da Fhemig e vai ser utilizado também pelos outros hospitais que, comumente, adotam os protocolos desenvolvidos pela Fundação, que tem expertise no assunto”, ressalta.

Amplitude de uso

De acordo com o médico infectologista e membro da Coordenação de Segurança Assistencial da Diretoria Assistencial (Dirass) da Fhemig, Flávio Souza Lima, o público-alvo do protocolo clínico são os profissionais de saúde que atuam na Fundação.

“Ele foi elaborado com o objetivo de subsidiar as unidades assistenciais da Rede e também poderá ser utilizado, como base, para a elaboração de protocolos de outros serviços”, reforça o infectologista. Ainda segundo Flávio, a Fhemig sempre consulta as normatizações nacionais e internacionais na elaboração de suas políticas assistenciais.

Lucinéia Carvalhais, médica infectologista e gestora da Diretoria Assistencial da Fhemig, destaca que, em razão do impacto macrorregional da Fhemig, que atua alinhada com as necessidades do SUS estadual e macrorregional, foi preparado o protocolo, que dá as diretrizes para as unidades hospitalares da Rede para o recebimento e o manejo dos casos que entrem em critério de suspeição de Monkeypox.

Antecipação 

O protocolo incorpora todas as diretrizes para a celeridade da notificação, numa eventual contenção de disseminação da doença, assim como para o cadastro no SUSFácil, caso haja necessidade de internação.

A diretora assistencial assegura que os casos de Monkeypox que têm ocorrido no mundo, fora da África, não têm demonstrado necessidade de internação hospitalar, nem complicações graves.

“Esse não é um evento que possa ser descartado. Caso ocorra isso, as unidades estarão preparadas para conduzirem a fase inicial, inclusive, com o envio para internação. No caso de adultos, a referência é o Hospital Eduardo de Menezes, se houver demanda por internação, que, inclusive, já preparado com seu protocolo interno e plano de contingência para atendimento. Para a internação de crianças, a referência é o Hospital Infantil João Paulo II. Ambos são hospitais da Fhemig e referências estaduais para doenças infecciosas”, diz Lucinéia Carvalhais.

Trabalho em grupo 

O protocolo clínico para o manejo da varíola do macaco, elaborado pela Fhemig, teve, além de Flávio Souza Lima, a autoria das infectologistas Lívia Fulgêncio da Cunha Melo e Elisa Caroline Pereira Assad. Contou ainda com a colaboração do médico clínico Guilherme Donini Armiato, da infectologista Tatiani Oliveira Fereguetti e do cirurgião geral Victor Ikeda.

Para Guilherme Donini, a experiência recente da comunidade científica e médica no enfrentamento à pandemia da covid-19 motivou a agilidade no enfrentamento à varíola do macaco. “Isso é fruto da pandemia anterior que está muito viva em nossa mente”, acredita.

Casos 

A OMS informou, em coletiva de imprensa realizada na quarta-feira (1/6), que os casos confirmados da doença já somam 550 e foram registrados em 30 países. A hipótese levantada pelo organismo internacional de saúde é que, devido ao fato de o vírus circular em diversos países ao mesmo tempo, é provável que o Monkeypox estaria circulando de forma indetectável já há algum tempo. Ainda segundo a OMS, trata-se, neste momento, de um surto da doença.

No Brasil, até agora, de acordo com o Ministério da Saúde, há três casos em investigação, distribuídos pelos estados de Santa Catarina, Ceará e Rio Grande do Sul. Segundo Flávio Lima, ainda não é possível estimar a probabilidade de ocorrência de casos em Minas Gerais, “mas caso ocorram, é fundamental que os serviços de saúde já tenham se preparado para o atendimento desses casos”. Daí a importância do protocolo clínico de manejo da doença desenvolvido pela Fhemig.

Flávio destaca que a varíola dos macacos é conhecida desde meados do século passado e que é endêmica em algumas regiões do continente africano. Além disso, já ocorreram casos em outros continentes no passado. “Ainda não é possível afirmar se o número de casos que ocorrem neste momento será suficiente para uma epidemia ou pandemia, mas a vigilância já se iniciou”, completa o infectologista.

Transmissão e sintomas 

Além de ser menos transmissível que a covid-19, tudo indica que o número de casos da varíola do macaco será menor. “É importante salientar que ainda não ocorreram óbitos fora do continente africano, até o momento”, diz o especialista. Flávio Lima acentua que, em regiões endêmicas, o Monkeypox causa uma letalidade entre 1% e 10%.

Acredita-se que os hospedeiros animais da varíola do macaco sejam roedores silvestres e primatas não humanos. Outro ponto importante é que não há vacina específica contra o vírus Monkeypox. Por outro lado, segundo nota técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do dia 31/5, não há vacina contra a varíola humana disponível, neste momento, que poderia ser usada no caso da varíola do macaco. Ela foi responsável pela erradicação da varíola humana na década de 80 e possui eficácia de 85% quando aplicada em pessoas infectadas pelo Monkeypox.

Os sintomas da varíola do macaco são mal-estar geral, febre e cansaço, que são muito parecidos com os da gripe. Além disso, os nódulos linfáticos ficam inchados. Na sequência, aparecem erupções na pele, que podem se iniciar como manchas vermelhas e sem volume, depois apresentam volume e bolhas para, finalmente, formarem cascas. Uma característica que a diferencia da varicela (catapora) é que as lesões se apresentam em uma mesma fase de evolução nos casos de varíola.

Acesse o protocolo em: bit.ly/3NQTlEy

CDK – Permuta
Saúde

Mais notícias da Categoria Saúde

Pilates: um aliado essencial na prevenção e tratamento da osteoporose em mulheres

Pilates: um aliado essencial na prevenção e tratamento da osteoporose em mulheres

Portal Araxá 18/08/2025
Unidades de Saúde de Araxá ampliam atendimentos de atenção primária com horários estendidos em agosto

Unidades de Saúde de Araxá ampliam atendimentos de atenção primária com horários estendidos em agosto

Portal Araxá 13/08/2025
Prefeitura de Araxá estabelece novas regras para emissão de atestados médicos na UPA 24h e nas AMEs UniNorte e Unileste

Prefeitura de Araxá estabelece novas regras para emissão de atestados médicos na UPA 24h e nas AMEs UniNorte e Unileste

Portal Araxá 12/08/2025
Pessoas idosas exigem atenção redobrada no frio

Pessoas idosas exigem atenção redobrada no frio

Portal Araxá 12/08/2025
Agosto Dourado: vacinação para gestantes reforça proteção dos bebês por meio da amamentação

Agosto Dourado: vacinação para gestantes reforça proteção dos bebês por meio da amamentação

Portal Araxá 07/08/2025
Nova lei reconhece fibromialgia como deficiência e demanda adaptações nas empresas 

Nova lei reconhece fibromialgia como deficiência e demanda adaptações nas empresas 

Portal Araxá 01/08/2025