Dicas para reduzir o impacto do frio na saúde dos idosos

Saúde em Pauta

Dicas para reduzir o impacto do frio na saúde dos idosos
Dicas para reduzir o impacto do frio na saúde dos idosos

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Dicas para reduzir o impacto do frio na saúde dos idosos

Grupo precisa de cuidados especiais durante o inverno, afirma geriatra da Unimed Araxá

Estamos vivenciando um inverno atípico, com temperaturas mais baixas que o usual e os idosos são um grupo especial de risco para diversos problemas relacionados ao frio. Iremos discutir neste artigo as questões mais importantes relacionadas ao inverno na perspectiva dos cuidados com os idosos:

1: Hipotermia é definida pela temperatura corporal abaixo de 35ºC e temperaturas abaixo de 29ºC podem promover risco de vida. Os sintomas comuns são fraqueza, fadiga, sensação de frio, tremores, letargia motora, espasmos musculares, a pele fica fria e as extremidades do corpo apresentam tonalidade cinzenta ou levemente arroxeada (cianótica). Quando a temperatura fica abaixo de 33ºC, pode ocorrer confusão mental, diminuição do tremor do frio e sonolência. Em fases mais avançadas o idoso pode apresentar fala enrolada, perda de consciência e até choque. Os primeiros socorros devem consistir em tirar o idoso do frio e retirar suas roupas úmidas ou molhadas, envolvendo-o em mantas e agasalhos para aquecê-lo enquanto chama-se a emergência. Se ele estiver consciente deve-se dar bebidas quentes como chás (não alcoólicas).

2: Imobilidade que é o estado no qual a pessoa fica mais restrita e sem mobilidade, comum em pessoas mais frágeis e asiladas e estes idosos estão mais sujeitos a lesões de pele, aumento do risco de infecções respiratórias e perda de massa muscular com aumento do risco de quedas e fraturas.

3: Lesões de pele: os idosos possuem uma pele frágil devido a redução do colágeno da pele e um maior ressecamento natural (desidrose). Com a exposição ao frio ocorre uma piora da hidratação da pele levando a lesões como fissuras ou até lesões mais graves. O frio excessivo pode promover vasoconstrição das extremidades das mãos e dedos podendo gerar isquemias com perda das extremidades. O uso de luvas é uma medida eficaz e importante e frequentemente esquecida.

 4: Infecções respiratórias: o frio promove uma maior disseminação de vírus como influenza (gripe) além de outras doenças virais respiratórias e espaços fechados como asilos também aumentam o risco destas infecções, em especial as pneumonias e as infecções de vias aéreas superiores (faringites, sinusites, otites e laringites), além da própria COVID. Uma vigilância especial tem que ser dada, pois nesta faixa etária, infecções que inicialmente podem ser simples podem ter desfechos desastrosos, inclusive podendo necessitar de cuidados de terapia intensiva e até mesmo levar ao óbito.

 5: Descompensação de doenças cardiovasculares: Com a redução da temperatura ocorrem diversos eventos como uma vasoconstrição da pele para tentar reter calor, elevando a frequência cardíaca, e é nesta época que os idosos são mais susceptíveis a crises hipertensivas, infartos do miocárdio e acidente vascular cerebral (derrame). Idosos podem ter má circulação das pernas sem saberem, com sintomas usuais de dores para caminhar e, ao parar, estas dores melhoram. No inverno estes pacientes podem ter isquemia nos pés, podendo levar a lesões de pele com úlceras de difícil cicatrização e até mesmo a necessidade de amputação da perna.  Idosos diabéticos podem ter infarto do miocárdio silenciosos, com sintomas atípicos como mal estar, queda ou aumento da pressão arterial e sensação de fraqueza sem a dor característica no peito. Os acidentes vasculares também podem ter apresentação atípica como confusão mental, incoordenação motora, fala enrolada, perda da destreza da mão ou piora da capacidade de deambulação.

6: Dores crônicas: observamos um aumento das dores relacionadas a osteoartrose, que é uma doença comum no envelhecimento. As articulações doem com o frio excessivo sendo necessário se manter aquecido e, o mais importante, é se manter ativo, visto que a imobilidade já citada, piora as dores. Pessoas que estão tendo dores articulares com frequência deverão procurar o médico para fazer um diagnóstico correto e um tratamento adequado e, neste período, será oportuna a realização de atividade física supervisionada, a fim de minimizar riscos. Uma doença frequente é a fibromialgia e a síndrome miofascial ocasionando dores musculares intensas. Uma prevenção e tratamento preconizados é a hidroginástica ou hidroterapia, mas como no inverno a temperatura da água se reduz, mesmo em piscinas aquecidas, muitos idosos param de frequentar esta atividade e, desta forma, acabam ficando com mais contraturas e dores.

 A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia dá 11 dicas para reduzir o impacto do frio na saúde de idosos:

  • Utilizar roupas e agasalhos adequados para proteção de ambientes ao ar livre e salas frias; como bonés, toucas, mantas e etc;
  • Tomar bebidas quentes como chás, chocolate, bem como ingerir sopas e caldos;
  • Banhos devem ser rápidos e em temperaturas amenas;
  • A hidratação da pele deverá ser recomendada sempre com uso de hidratantes tópicos para diminuir a sensação de pele seca;
  • Usar cobertores que retenham calor principalmente no período do sono quando há um declínio da temperatura corporal;
  • Tomar as vacinas contra gripe, covid e pneumonias;
  • Buscar ajuda médica se o idoso apresentar sintomas de confusão mental e calafrios, ou dificuldades respiratórias;
  • Buscar realizar atividades indoor, isto é, passear em locais como shoppings centers, pois ajuda a quebrar o ciclo da imobilidade;
  • Fazer exercícios de alongamento com orientação de professores de educação física ou fisioterapeutas;
  • Reposição de vitamina D pela falta de exposição ao sol deve ser orientada por nutricionistas ou médico assistente. Outras fontes de obtenção do nutriente são peixes como atum, sardinha e salmão. Gema de ovos, bifes de fígado e cogumelos também são ricos em vitaminas.
  • Em locais com lareiras é importante ter cuidado com manipulação do fogo e intoxicação pelo monóxido de carbono devido a janelas fechadas.

 

Dr. Adriano Roberto Tarifa Vicente – CRM 38890 – MG Especialista em Geriatria RQE Nº: 22259 e em Clínica Médica RQE Nº: 22258 Doutor em Ciências da Saúde em epidemiologia do envelhecimento pela FIOCRUZ

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