Serão investidos cerca de R$ 17 milhões na criação do Centro, que irá atuar no fortalecimento da economia regional

A cafeicultura mineira ganhará novo impulso com o Centro de Excelência em Cafeicultura de Montanha, projeto lançado nesta terça-feira (2/11) pelo Governo de Minas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG). Ao todo, serão destinados cerca de R$ 17 milhões para a estruturação da unidade, que tem como objetivos a promoção do desenvolvimento sustentável, o fortalecimento da economia regional e a melhoria da qualidade do café produzido na região.
O anúncio foi feito durante evento realizado no Instituto de Laticínios Cândido Tostes, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em Juiz de Fora, na Zona da Mata. De acordo com o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapemig, Luiz Gustavo Cançado, o Centro é resultado do esforço da fundação em fomentar grandes competências do Estado, especialmente aquelas de caráter aplicado e de relevância econômica. “Com esse aporte, espera-se impulsionar a produção de Minas, que hoje é um dos maiores exportadores de café do mundo”, disse.
O Centro de Excelência em Cafeicultura de Montanha será coordenado por Marcelo Ribeiro Malta, pesquisador da Epamig. Ele ficará localizado na cidade de Lavras, no Sul de Minas, mesma região onde a Epamig possui campos experimentais de café, focados em pesquisa e desenvolvimento de cultivares, validação de tecnologias e melhoramento genético.
“Minas é um dos principais produtores de café no mundo e o produto é o segundo mais exportado pelo estado. Mesmo com os desafios, conseguimos que esse desempenho crescesse neste ano, o que só mostra a força dos nossos produtores e das estratégias de comercialização. O centro vem coroar a nossa cafeicultura e vai permitir um avanço crucial na agregação de valor da nossa produção”, declara a secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mila Corrêa da Costa.
Tradição
O café de montanha é aquele cultivado em terrenos elevados, onde a temperatura é mais amena. “O café de montanha tem características próprias relacionadas a altitude, clima e terroir. Há muita coisa a ser explorada, considerando que esse tipo de café é cultivado em grande parte do Estado”, comenta o diretor de Pesquisa e Inovação da Epamig, Trazilbo José de Paula Júnior.
Para o diretor, essa é uma oportunidade rica para avançar os trabalhos com café, um dos principais produtos de pesquisa da instituição. O projeto é abrangente e prevê a realização de diversos estudos ao longo de cinco anos. A expectativa é trabalhar em conjunto com equipes de outras instituições, como as universidades federais de Lavras e de Viçosa.
Setor que não para de crescer
Minas tem uma média de 150 mil produtores de café e, para a safra de 2025, estima-se a produção de 25,3 milhões de sacas. Nas exportações, o produto se manteve em alta em 2025. Até outubro, foram exportados US$ 8,8 bilhões, o que representa um acréscimo de 44,6% no montante do ano passado. Com isso, o estado responde por quase 75% das vendas brasileiras ao exterior do produto.
E não apenas a comercialização tem crescido, mas também os investimentos em iniciativas de ciência, tecnologia e inovação para fomentar o desenvolvimento do setor. Por meio dos editais Compete Minas, Alysson Paolinelli e Projeto de Ciência, Tecnologia e Inovação (PCTI), o Governo de Minas já aportou cerca de R$ 16,9 milhões em projetos voltados para a cadeia produtiva do café desde 2019.
Além disso, desde 2019, já foram atraídos mais de R$ 1,8 bilhão em investimentos privados no setor cafeeiro do estado, resultando em mais de 2 mil empregos diretos, especialmente nas regiões Norte e Sudoeste de Minas. Um exemplo recente foi o anúncio da expansão da fábrica de cápsulas Nescafé Dolce Gusto, da Nestlé, em Montes Claros.
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