📚 Por Redação – Portal Araxá
Enquanto o governo federal gasta bilhões em publicidade, emendas e viagens, o essencial fica para depois — ou simplesmente é esquecido. A mais recente decisão do Ministério da Educação (MEC) escancara um problema crônico: um governo que gasta muito, mas gasta mal. E quem paga essa conta? Mais uma vez, são os estudantes da rede pública.
Sem orçamento suficiente, o MEC anunciou que, em 2026, alunos do 1º ao 3º ano do ensino fundamental só receberão livros de Português e Matemática. As demais disciplinas, como História, Geografia, Ciências e Artes, simplesmente ficaram de fora. Uma decisão que afeta não apenas o aprendizado, mas a formação integral das nossas crianças — uma omissão grave e sem justificativa aceitável.
Falta dinheiro para livro, mas sobra para luxo
O mesmo governo que agora culpa um “cenário orçamentário desafiador” por não conseguir garantir livros didáticos para todos os alunos, autorizou recentemente o aumento de gastos em publicidade institucional, em cargos comissionados e em viagens internacionais. A matemática do governo parece funcionar apenas para cortar onde mais dói: na educação, na base e no futuro do país.
O Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), responsável por distribuir livros para milhões de estudantes, está sendo desmontado na prática. O que era um direito básico — ter acesso a material didático gratuito, atualizado e completo — agora será transformado em sorte: ou o aluno estará entre os “felizardos” com livros, ou não.
Um ataque às disciplinas “menos importantes”?
A decisão do MEC passa uma mensagem perigosíssima: que Português e Matemática são as únicas áreas que merecem atenção. Disciplinas como Arte, Ciências, História e Geografia parecem ter sido rebaixadas à condição de “opcionais”, contrariando completamente os princípios da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
O recado implícito que esse governo transmite é claro: educação completa, para todos, não é prioridade.
Um retrocesso histórico na educação pública
Para entidades como a Abrelivros e a ABRALE, o cenário é alarmante. Em declarações contundentes, representantes dessas instituições classificaram a decisão como “um grave retrocesso” e alertaram para “o impacto devastador” que isso trará para os ciclos pedagógicos.
Segundo a Abrelivros, serão necessários ao menos R$ 3 bilhões para garantir o fornecimento completo de livros — o governo disponibilizou apenas R$ 2 bilhões. Em vez de lutar por mais verba, o MEC optou por uma solução simplista e inaceitável: entregar o que der, para quem der, quando der.
Tempo está se esgotando
Além da falta de verba, o tempo corre contra a Educação. Para que os livros sejam impressos e entregues a tempo para o ano letivo de 2026, os pedidos deveriam ser feitos até o fim de agosto de 2025. Até agora, nada. O risco é que milhões de estudantes comecem o próximo ano letivo sem material básico para estudar.
Onde está o compromisso com o futuro?
O Brasil não aguenta mais governos que sacrificam a educação em nome de um orçamento mal planejado, superfaturado e sem foco. A crise dos livros escolares é mais uma evidência de um governo ineficiente, que não prioriza aquilo que realmente importa.
Os brasileiros merecem mais do que promessas em discursos e campanhas. Precisam de ações concretas que valorizem a educação pública, os professores e, acima de tudo, os alunos. Quando um país falha em garantir livros a suas crianças, ele fracassa em sua própria essência.
Porque um governo que economiza em educação, gasta com ignorância. E o preço disso é pago por gerações inteiras.
📌 Este é um artigo opinativo da Coluna Política e Educação do Portal Araxá. As opiniões expressas são de responsabilidade do autor e refletem a posição editorial deste espaço aberto ao debate democrático.
Facebook
Twitter
Google+
YouTube